Rússia dispara mísseis contra Ucrânia no Dia da Vitória; Kiev celebra com Europa
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MOSCOU/KIEV (Reuters) - A Rússia disparou mísseis de cruzeiro em Kiev nesta terça-feira e realizou desfile com tropas e equipamentos antigos pela Praça Vermelha em uma celebração reduzida da vitória na Segunda Guerra Mundial, enquanto Kiev se defendeu dos ataques aéreos e recebeu a chefe da União Europeia.
Em um discurso inflamado de 10 minutos diante dos muros do Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou as 'elites globais ocidentais' e disse que a Rússia enfrenta novamente uma ameaça existencial.
'Hoje, a civilização está de novo em um ponto de virada decisivo. Uma verdadeira guerra foi desencadeada contra nossa pátria', afirmou o líder russo, que no ano passado ordenou o que o Ocidente chama de invasão não provocada da Ucrânia, destruindo cidades e matando milhares de civis.
O dia 9 de maio, data no fuso horário de Moscou da rendição da Alemanha em 8 de maio de 1945, é o feriado mais importante na Rússia sob Putin, que classifica sua invasão da Ucrânia como análoga à ameaça que a Rússia enfrentou dos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A Ucrânia, que recebe a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que suas defesas aéreas derrubaram 23 dos 25 mísseis de cruzeiro russos disparados principalmente contra a capital Kiev durante a noite, e não houve relatos de vítimas. Foi a segunda noite consecutiva de grandes ataques aéreos russos e a quinta até agora neste mês.
Putin afirmou que todo o país estava rezando por seus 'heróis' no front de batalha e concluiu com uma saudação à 'Rússia, por nossas valentes Forças Armadas, pela vitória!'.
Depois que ele falou, uma banda começou a tocar e um canhão disparou. Soldados marcharam pela praça, seguidos por veículos blindados e mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear em um desfile notavelmente menor em escala do que nos anos anteriores.
Um sobrevoo de aviões de guerra sobre Moscou foi cancelado e desfiles em algumas outras cidades foram reduzidos ou cancelados, em meio a preocupações de segurança -- incluindo drones que explodiram sobre a própria cidadela do Kremlin na semana passada -- e escassez de tropas e armas no front.
As tradicionais procissões do 'Regimento Imortal', nas quais as pessoas carregam retratos de parentes que lutaram contra os nazistas, foram canceladas.
A televisão estatal elogiou a chegada do 'lendário tanque T-34' -- uma relíquia da Segunda Guerra Mundial exibida no local normalmente ocupado pelos tanques de batalha modernos.
Na Ucrânia, não houve relatos de vítimas da última onda de ataques aéreos da Rússia na capital.
'Durante a noite no 'sagrado' 9 de maio, (eles) lançaram um ataque no território da Ucrânia', disse a Força Aérea da Ucrânia.
Sergei Popko, chefe da administração militar da cidade de Kiev, disse que os russos estavam tentando matar civis. 'Como no front, os planos do agressor falharam.'
Moscou nega ter como alvo civis e diz que seus ataques aéreos visam reduzir a capacidade de combate da Ucrânia.
A Rússia intensificou seus ataques neste mês em antecipação a uma iminente contraofensiva ucraniana, depois que uma fracassada campanha russa de inverno capturou pouco território, apesar do combate terrestre mais sangrento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Kiev simbolizou sua ruptura com Moscou este ano ao mudar sua celebração da Vitória na Segunda Guerra Mundial para 8 de maio, em linha com os aliados europeus; em 9 de maio celebrou uma declaração que levou à fundação do órgão que se tornou a União Européia.
'É bom estar de volta a Kiev. Onde os valores que prezamos são defendidos todos os dias', tuitou von der Leyen, chamando a cidade de 'um lugar muito apropriado para celebrar o dia da Europa'.
Escrito por Reuters
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