Segredo mórbido: Por que Springsteen decidiu abrir seus bastidores agora?
O cantor de 75 anos acaba de lançar um documentário, Road Diary
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O documentário de Bruce Springsteen, Road Diary, lançado na sexta-feira passada (25), acontece exatamente 60 anos após o primeiro show do artista, quando ele ainda tocava uma guitarra de US$18 em uma banda chamada The Rogues. O longa mostra os bastidores da turnê épica de Springsteen e E Street Band, que percorreu a Europa e a América do Norte. São mostrados os ensaios eletrizantes, momentos íntimos nos bastidores dos shows, conversas reveladoras com Springsteen sobre a criação da setlist e cenas de arquivo que celebram a história da E Street Band.
Em 2020, ele apresentou o documentário Letter To You, que focou especialmente no processo de criação de um álbum, ao invés de explorar uma visão mais abrangente da vida do artista. Agora, pela primeira vez, ele permite que uma equipe de filmagem acompanhe os bastidores de seus shows e oferece aos fãs uma perspectiva sobre o trabalho envolvido em suas turnês. O filme também revela aspectos profundos de sua vida pessoal e de seus relacionamentos, proporcionando um olhar mais íntimo do que qualquer produção anterior.
Até então, o cantor de Born In The USA jamais havia permitido que alguém registrasse os bastidores de seus shows. No entanto, desta vez, ele revelou um motivo em entrevista à BBC: “Bem, porque eu posso estar morto na próxima”, ele ri. "Tenho 75 anos agora. Decidi que a parte de esperar para fazer as coisas da minha vida acabou", finaliza.
O guitarrista da E Street Band concordou: “Estamos mais perto do fim do que do começo”, diz Van Zandt, “mas o objetivo dessa turnê é que não vamos sair em silêncio, cara”.
Última turnê?
Apesar de ter 75 anos, Springsteen não está diminuindo o ritmo. Neste momento, o cantor está em turnê pela América do Norte
"Vocês acham que conseguem sobreviver à The E Street Band?", ele pergunta todas as noites, desafiando o público a encontrar sua energia.
A conexão entre eles é o núcleo do espetáculo. Conhecidos por atenderem a pedidos da plateia, frequentemente tocam músicas de outros artistas de imediato. Springsteen atribui essa habilidade aos tempos em que se apresentava em pequenos clubes.
"Eu conheço todas as músicas que esses caras já tocaram, então eu digo: 'Ah, sim, tocamos essa em 1964, acho que conseguimos fingir que conseguimos tocar essa'."
Qual o segredo para manter uma camaradagem de meio século? A resposta é: manter distância. “Quando não estamos tocando, raramente nos vemos”, confessa Springsteen. “Já nos vimos o suficiente!” Ele continua: “O arco da maioria das bandas é se separar. Nem dois caras conseguem ficar juntos. Simon não suporta Garfunkel, Don não suporta Phil Everly, e então você tem as crianças no Oasis... então a tradição continua. É da natureza das pessoas não se darem bem, então isso é algo que você precisa incluir na sua projeção do tipo de banda em que quer estar”, diz o artista.
No documentário, Springsteen promete que eles continuarão tocando “até que as coisas desapareçam”.
“Bem, estou lá para me divertir”, ele diz. “Vou insistir nisso, esteja chovendo ou o sol esteja brilhando - porque estou lá pelas pessoas que estão lá. Eu olho para fora e digo, 'Estas são as minhas pessoas. Estas são as pessoas que ouviram minha música pelos últimos 30 ou 40 anos. Eu vou fazer o melhor show que eu puder', sabe?”
O artista finaliza com um conselho importante: “Parece piegas, mas você tem que amar seu público e, na maioria das vezes, nunca achei isso difícil de fazer”.
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