Segundo pesquisa, muitos brasileiros sofrem de problemas mentais
O Brasil é, inclusive, o país com maior número de ansiosos.
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Segundo dados de uma pesquisa feita no site da Vittude, plataforma online sobre saúde mental, 86% dos respondentes sofrem com algum tipo de problema mental, sendo a ansiedade e a depressão os mais comuns. O Brasil é, inclusive, o país com maior número de ansiosos, 9,3% da população. No mundo, esse transtorno atinge 260 milhões de pessoas.
Para a psicóloga Heloísa Caiuby, os números são alarmantes e são reflexo da realidade em que vivemos. “O mundo está muito difícil, rápido e cheio de mudanças. Muitas vezes não temos tempo sequer de assimilar uma mudança e já vem outra. Isso causa uma angústia tremenda porque as pessoas não conseguem dar conta”, explica a especialista.
O levantamento feito pela Vittude confirma a fala da psicóloga. Segundo ele, 37% das pessoas estão com estresse extremamente severo; 59% estão em estado extremamente severo de depressão e 63% estão com ansiedade extremamente severa. Os dados consideram os sentimentos vividos nos sete dias que antecederam a pesquisa e considerou a resposta de 492.790 pessoas, entre outubro de 2016 e abril de 2019.
Definições
Nos últimos anos, a depressão e a ansiedade vêm ganhando um maior destaque. No mês que vem, inclusive, acontece a campanha de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo. Iniciada em 2015, ela é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação de Psiquiatria (ABP).
Apesar das doenças estarem sendo tratadas com maior clareza e menos tabu, muitas pessoas não conhecem os sintomas e acabam não sendo diagnosticadas. Por isso, o Ministério da Saúde traz uma definição bastante simples de cada uma.
A depressão é caracterizada pela tristeza profunda, falta de ânimo, pessimismo e baixa autoestima. O transtorno pode ainda tirar o prazer de atividades que antes eram prazerosas, provocar oscilações de humor e levar a pensamentos suicidas. Manifestações físicas também podem acontecer, com dor de cabeça insistente, insônia frequente e perda de apetite.
Já o transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações e medos desproporcionais e um sentimento de tensão constante. Manifestações físicas, como sudorese, palpitação, insônia, tremores, boca seca, dor de cabeça e tontura, também podem ocorrer.
Quando e como buscar ajuda
Nos dois transtornos é preciso dar atenção para a duração e intensidade dos sintomas. “Quando você está se sentindo triste ou frustrado e passear no parque é o suficiente para te fazer melhorar, é apenas um episódio. Mas quando os sentimentos duram muito tempo e são intensos a ponto de piorar a qualidade de vida, prejudicar o convívio social e afetar a saúde física, é um sinal amarelo, explica Heloísa.
Quando isso acontece, é um indicativo de que a pessoa não está conseguindo equilibrar a situação sozinha. Por isso, é essencial buscar ajuda de um profissional de saúde capacitado, afirma a psicóloga.
Sobre os tratamentos alternativos, sem qualquer comprovação científica, a especialista alerta que eles podem ajudar temporariamente, mas, no geral, prejudicam o paciente e podem, até mesmo, agravar a situação.
Profissionais capacitados podem ser encontrados através do plano de saúde, ou por meio de indicações de amigos e familiares. Caso não tenha, a rede pública oferece tratamento para os transtornos e muitos profissionais têm a opção de atender de forma particular.
Prevenção
Para evitar a ocorrência dos distúrbios, gerenciar o estresse é fundamental. Ler, aprender coisas novas, ter hobbies e se divertir ajudam a manter a mente ativa e longe de pensamentos negativos e preocupações. Praticar atividade física também é importante: estudos atestam que elas incentivam a liberação de hormônios e outras substâncias importantes para a manutenção do humor.
Pesquisas recentes atestam que cuidar da alimentação também pode influenciar no humor. Portanto, vale experimentar uma dieta inspirada nos mediterrâneos, rica em azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e oleaginosas. As gorduras presentes nesses alimentos estão associadas à maior proteção e conservação das redes de neurônios.
Tratamento
Os distúrbios podem durar de semanas até anos. Uma vez que o indivíduo experimente uma crise, aumenta o risco de enfrentar um episódio semelhante outra vez na vida.
Para enfrenta-los, existem diversos tipos de medicamentos, que ajudam a regular a química cerebral. O acompanhamento psicológico também é importante, uma vez que busca as causas para o problema e como ele pode ser solucionado.
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