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Sérgio Mendes: O Gênio que Encantou Paul McCartney, Elton John e Frank Sinatra

Conheça mais sobre o artista brasileiro responsável por alavancar a nossa música ao âmbito internacional

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Paul McCartney fez uma carta para dizer a ele que sua versão de uma música dos Beatles era a preferida. Elton John era um de seus grandes amigos. Elvis Presley foi ao seu camarim em Las Vegas a fim de parabenizá-lo pelo seu show. Esse brasileiro já fez parcerias com Frank Sinatra, John Legend, Stevie Wonder, Black Eyed Peas e muitos outros artistas de renome.

O músico Sérgio Mendes, reconhecido como um dos principais expoentes internacionais da música brasileira, ficou famoso por sua interpretação de "Mas Que Nada" (composta originalmente por Jorge Ben) nos Estados Unidos. Hoje, ele faleceu aos 83 anos, segundo informações divulgadas pela sua família ao jornal O Globo, sem mencionar a razão do falecimento.

As raízes da trajetória de Mendes remontam à cena do samba-jazz carioca das décadas de 1950 e 1960, quando trabalhou com Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Baden Powell, entre outros. Ele se mudou para os Estados Unidos em 1964, fugindo da ditadura militar, e lá acabou formando o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66.

Essa perspectiva dos artistas como representantes – ou guias – de suas nações para o público internacional é fascinante. Podemos ver Sérgio Mendes como alguém que selecionou parte da música brasileira para apresentá-lo como uma representação do Brasil, obtendo um êxito notável até hoje. No entanto, não podemos deixar de mencionar que ele também destacou obras de artistas estrangeiros, incluindo alguns dos mais renomados. Sua gravação de The Fool on the Hill, dos Beatles, recebeu elogios do próprio Paul McCartney. Em uma carta, o ex-beatle afirmou que era a sua versão preferida da música, com uma melodia fantástica e inesquecível.

O sucesso de "Mas Que Nada" nos Estados Unidos alavancou sua carreira, e nas décadas seguintes, ele gravou outros sucessos, como “The Look of Love”, “Fool on the Hill” e “Never Gonna Let You Go”. Em 2006, "Mas Que Nada" retornou às paradas de sucesso com uma nova versão gravada por Mendes em colaboração com o grupo de hip hop americano The Black Eyed Peas, apresentando assim o talento do músico brasileiro a uma nova geração. Depois, em 2014, lançou o álbum “Magic”, que contou com uma parceria com John Legend, em “Don't Say Goodbye”.

Confira a versão de Mendes da música dos Beatles, Fool on the Hill:

Mendes conquistou três Grammys e recebeu indicações para mais seis. Ele também foi reconhecido no Oscar, com uma nomeação para melhor canção original por “Real in Rio”, do filme de animação Rio (2011). Seu último álbum foi In the Key of Joy (2020).

Tamanha sua grandeza, Mendes teve inúmeras interações com artistas renomadíssimos como ele. Na década de 60, teve um encontro peculiar com Elton John. Quando Mendes fez um show em Paris, no Théâtre des Champs--Élysée, seu empresário resolveu chamar o jovem Elton, que estava bem no início de sua carreira, para abrir o show. Esperando por um show de bossa nova, o público vaiou o então desconhecido artista, que saiu chorando da performance. Para a Revista Veja, Sérgio contou, em 2021, que “Elton entrou no meu camarim chorando e pedindo desculpas. Os franceses haviam vaiado ele. Imagine, ninguém sabia quem ele era e ele estava em um show de bossa nova. Deu nisso. Eu disse para ele deixar isso para lá e que estava tudo bem.” Depois, os dois tornaram-se grandes amigos.

Sérgio foi um artista que nunca permaneceu cômodo em suas convicções musicais. Por mais que tenha produzido um marco na música – Mas Que Nada – capaz de, sozinho, honrar uma carreira inteira, ele continuou produzindo e revolucionando o mundo até os seus últimos dias. De um ecletismo admirável e uma visão calorosa com relação ao novo, ele deixa um legado para além de suas próprias criações, por si só, extraordinárias: é possível amar o velho e abraçar o novo. Gostar de funk e rap e música clássica e bossa nova. Em suas próprias palavras:

É importante as pessoas terem a liberdade de dizer o que gostam e o que não gostam. Mas não pode ter preconceito. Todo mundo tem o direito de se expressar da maneira como preferir.


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