Sister Rosetta: conheça a cantora que influenciou Elvis Presley
Apelidada como “Madrinha do Rock and Roll”, a artista também é referência para diversas outras estrelas do rock
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Rosetta Nubin, muito conhecida pelo seu nome artístico, Sister Rosetta Tharpe, nasceu na cidade de Cotton Plant, localizada no Arkansas, no dia 20 de março de 1915. Ela foi cantora, compositora e guitarrista, sendo considerada até os dias de hoje como uma figura extremamente importante para o rock e R&B.
Inclusive não há como não falar dela sem lembrar do icônico e lendário, Rei do Rock and Roll, Elvis Presley. E vale lembrar que ela não foi apenas uma das referências de Elvis, mas como também de B.B. King, Johnny Cash e Bob Dylan.
Nesta matéria você irá conhecer a história dessa artista negra tão revolucionária e tão representativa para o gênero musical, que apenas com 25 anos de idade já estava entre os maiores artistas populares do século.
História
A artista começou a se apresentar quando tinha apenas seus quatro anos de idade, sendo chamada “Little Rosetta Nubin, the singing and guitar playing miracle”, “Little Rosetta Nubin, o milagre de cantar e tocar violão”, em tradução livre. Ela costumava acompanhar sua mãe, Katie Bell Nubin, que tocava bandolim na igreja de sua cidade.
Ao decorrer de sua infância, a cantora teve contato diretamente com diversos estilos musicais, principalmente blues e country music. Depois de alguns anos, após se mudar para Chicago com sua família, ela começou a tocar um tipo de proto-rock escondido e apresentava música gospel publicamente. Ela era muito ovacionada por seu estilo único, tocando notas como músicos de jazz e dedilhando a sua guitarra como fazia Memphis Minnie, grande compositora de blues dos anos 20.
Vale destacar que naquela época, Rosetta já fazia história, sendo um das poucas artistas femininas negras a tocar guitarra nos Estados Unidos do século XX, mas independente de quaisquer obstáculos, Sister Rosetta foi além e expandiu a sua arte da maneira mais estrondosa e marcante possível.
Aos 19 anos, ela se comprometeu com Tommy Thorpe, por um casamento arranjado por sua mãe, e acabou ganhando o nome "Tharpe" por erros de grafia. Entretanto, o matrimônio durou apenas 4 anos, já que ele aproveitava do sucesso de sua esposa para ganhar dinheiro e viver às suas custas.
Já nessa época, a musicista se destacava por ser a grande primeira estrela de gravação de música gospel e uma das artistas responsáveis por atrair o imenso público de rhythm-and-blues e rock and roll, posteriormente sendo referida como "a irmã original do soul" e "a madrinha do rock and roll".
Carreira
Já residindo na cidade de Nova Iorque, em outubro de 1940 Rosetta realizou sua primeira gravação, sendo quatro faixas, com a gravadora Decca Records, acompanhada pela orquestra de Lucky Millinder.
Naquele mesmo ano, a artista se apresentou em "From Spirituals To Swing" de John H. Hammond, e "Cotton Club" e "Café Society" com Cab Calloway e Benny Goodman. Dessa maneira, sua carreira foi ainda mais reconhecida.
Singles como "This Train" e "Rock Me", se tornaram, em pouco tempo, verdadeiros hits da época, combinando temas gospel com arranjos mais rápidos. Inclusive ela ainda conseguiu atrair um novo público que nunca havia sido exposto à música gospel.
Relembre as faixas:
Sua música "Strange Things Happening Every Day", gravada no ano 1944 com o pianista de boogie woogie da gravadora Sammy Price, demonstra todo seu talento como guitarrista e suas letras espirituosas e tocantes. Inclusive, foi a primeira faixa gospel a ir para o Top 10 da Billboard, algo que Sister conseguiu posteriormente em sua carreira.
Posteriormente, Sister Rosetta estava tão famosa e foi atraindo cada vez mais um público imenso de fãs, inclusive isso ficou evidente em seu terceiro casamento, com Russel Morrison, que contou com mais de 25 mil convidados pagantes.
O disco pela qual ela compôs a música, foi o primeiro gospel a atingir a tabela "Race Records" da Billboard, o termo usado para o que mais tarde se tornou a tabela de R&B, em abril de 1945.
Entre os meses de abril e maio de 1964, ela chegou a participar de uma turnê pelo Reino Unido como parte da "American Folk Blues and Gospel Caravan", junto com Muddy Waters, Otis Spann, Ranson Knowling, Little Willie Smith, Reverend Gary Davis, Cousin Joe, Sonny Terry e Brownie McGhee.
A artista teve de parar subitamente de performar após um derrame que sofreu em 1970, depois do qual teve uma perna amputada como resultado de complicações de diabetes. Depois de 3 anos, no dia 9 de outubro de 1973 lá teve outro derrame, na véspera de uma sessão de gravação agendada e infelizmente chegou a falecer.
Mesmo após seu falecimento, ficou nítido que a artista ainda deixou sua marca no mundo da música, como em 2007 quando ela foi induzida ao Blues Hall of Fame. No ano seguinte, em 2008, um show foi organizado para arrecadar fundos para seu túmulo. Inclusive nesse mesmo ano, o governador da Pensilvânia declarou o dia 11 de janeiro como feriado de “Sister Rosetta Tharpe’s Day”.
Em maio de 2018, Tharpe foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame como uma influência inicial.
Influência
A artista foi considerada como pioneira em sua técnica de guitarra, além de ser uma das primeiras artistas populares a usar uma distorção pesada e ousada em sua guitarra elétrica. Sua técnica na guitarra teve uma grande influência no desenvolvimento do blues britânico na década de 1960.
Ela influenciou os primeiros músicos de rock and roll, incluindo Little Richard, Johnny Cash, Carl Perkins, Chuck Berry, Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Inclusive, há alguns anos atrás, em uma entrevista para uma rádio, Bob Dylan chegou a elogiar a cantora: "A irmã Rosetta Tharpe era qualquer coisa menos comum e simples. Ela era uma mulher grande, bonita e divina, para não mencionar sublime e esplêndida. Ela era uma poderosa força da natureza: uma guitarrista e cantora evangelista".
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