STF dá 5 dias para governo apresentar providências sobre desaparecimento no Amazonas
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BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de cinco dias para que o governo federal apresente um relatório detalhado com todas as providências que adotou até agora no episódio do desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na região do Vale do Javari, na Amazônia.
A decisão atende a ação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) à corte e pede, ou reitera, que a União adote 'imediatamente' todas as providências cabíveis para a localização dos dois.
Na decisão, Barroso afirmou que o desaparecimento de ambos é fato 'público e notório', noticiado por meios de comunicação nacionais e internacionais e que a União apresenta deficiências na proteção à vida e à saúde de indígenas em casos anteriores.
O ministro do STF disse que no caso específico 'há relatos de que já estão sendo adotadas providências em âmbito local'. Mas que, ainda assim, o juiz 'deve atuar para resguardar os direitos fundamentais à vida e à saúde dos envolvidos' após ter sido provocado.
'Em tais condições, determino -- ou reitero, caso já tenha sido providenciado -- à União, suas entidades e órgãos que: (i) adotem, imediatamente, todas as providências necessárias à localização de ambos os desaparecidos, utilizando-se de todos os meios e forças cabíveis; (ii) tomem todas as medidas necessárias à garantia da segurança no local; (iii) apurem e punam os responsáveis pelo desaparecimento; e (iv) apresentem nos autos da petição sigilosa, no prazo de até 5 (cinco) dias corridos da ciência desta decisão, relatório contendo todas as providências adotadas e informações obtidas', decidiu ele.
Na decisão, o magistrado disse que 'sem uma atuação efetiva e determinada do Estado brasileiro, a Amazônia vai cair, progressivamente, em situação de anomia, de terra sem lei'.
'É preciso reordenar as prioridades do país nessa matéria', avaliou.
Barroso também pediu a notificação do ministro da Justiça, Anderson Torres, do diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, e do presidente da Funai, Marcelo Xavier, da decisão e alertou que em caso de descumprimento do prazo haverá multa diária de 100 mil reais.
(Reportagem de Ricardo Brito)
Escrito por Reuters
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