STF faz sessão solene para receber manifesto de apoio da sociedade civil
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(Reuters) - O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma sessão solene nesta quarta-feira para receber um manifesto de apoio assinado por várias entidades da sociedade civil que afirmam que são 'inadmissíveis' os discursos de ódio e violência contra a corte, e classificam o tribunal de 'insubstituível'.
O manifesto, lido pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, faz um convite para que a sociedade defenda o STF num momento em que ministros da corte têm agido com energia diante de críticas feitas a decisões tomadas por alguns deles.
'A discordância, a crítica civilizada e o diálogo são inerentes à democracia, tal qual o respeito e, em última instância, a solidariedade. Por isso, são inadmissíveis os discursos que pregam o ódio, a violência e a desarmonia na sociedade e contra o Supremo Tribunal Federal', afirma o documento, assinado por entidades sindicais, do empresariado, religiosas, entre outras.
'Com este manifesto, convidamos a sociedade brasileira a defender o Supremo Tribunal Federal como instituição permanente, estável e indispensável para a construção de um país cada vez mais justo, solidário e responsável no presente dos brasileiros e brasileiras e as gerações futuras.'
Na sessão solene, que contou com as presenças da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Supremo, Dias Toffoli, defendeu a necessidade de diálogo.
'Agora, mais do que nunca, a sociedade civil --que é a alma da sociedade brasileira e está representada pelos signatários do manifesto-- e os Poderes constituídos precisam reconhecer que é o diálogo que constrói uma grande nação', disse o presidente do Supremo.
A sessão solene para que o STF recebesse um manifesto de apoio da sociedade civil vem em um momento de reação de ministros da corte a críticas e ataques que o tribunal vem sofrendo.
No mês passado, Toffoli anunciou a abertura de um inquérito, a ser comandado pelo ministro Alexandre de Moraes, para apurar possíveis ameaças e notícias falsas contra ministros da corte e seus familiares. A decisão de abrir o inquérito gerou polêmicas, com críticas pelo fato de ele ser sigiloso e porque não caberia, segundo alguns, a abertura de uma investigação de ofício pela corte.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
Escrito por Thomson Reuters
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