Em meio a confrontos, Macron atrasa reforma eleitoral na Nova Caledônia
Por Tassilo Hummel e Kirsty Needham
NOUMEA/SYDNEY (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira, após um dia de negociações na Nova Caledônia, que vai atrasar uma reforma eleitoral que causou confrontos na ilha do Oceano Pacífico controlada pelos franceses, e que tentará buscar um novo acordo político. Na capital, Noumea, depois de se encontrar com líderes partidários locais, Macron afirmou que seu objetivo final é transformar a medida em lei, mas apenas se a paz voltar e um pacto mais amplo for alcançado sobre o futuro da ilha. 'Estou comprometido em assegurar que essa reforma não seja implementada por via da força', afirmou Macron em frente ao prédio do Alto Comissariado Francês. Pelo menos seis pessoas morreram em mais de uma semana de confrontos contra os planos que iriam permitir o voto de milhares de franceses residentes que vivem na Nova Caledônia há 10 anos. Paris argumenta que a medida é necessária para melhorar a democracia. Quase um quarto dos 271 mil habitantes se identifica como europeu, a maioria franceses. Líderes dos indígenas Kanaks querem a rescisão da reforma, por temores de que ela dilua o poder do seu voto e torne mais difícil que futuros referendos sobre a independência possam ser aprovados. Macron afirmou que o Estado de Emergência será retirado se os bloqueios nas estradas forem removidos. Ele disse que a reforma eleitoral tem 'legitimidade democrática', após ser aprovada pelos parlamentares em Paris.