Preocupado com segurança e privacidade de menores, Texas investiga plataformas de tecnologia
Por Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - O procurador-geral do Texas, Ken Paxton, afirmou nesta quinta-feira que o Ministério Público do Estado lançou investigações sobre mais de dez plataformas de tecnologia, por temores quanto à privacidade e segurança dos menores de idade. Entre as investigadas, estão a startup de chatbot de inteligência artificial Character.AI e 14 outras empresas, como Reddit, Instagram e Discord, acrescentou o procurador-geral. As plataformas de tecnologia deparam-se com cada vez mais pressão diante de seus impactos na infância. Importantes redes sociais dos Estados Unidos lucraram aproximadamente 11 bilhões de dólares em publicidade com o público menor de 18 anos em 2022, de acordo com um estudo de Harvard publicado no ano passado. O cirurgião-geral dos EUA, Vivek Murthy, alertou que os jovens que usam as redes sociais têm maior chance de desenvolverem problemas relacionados à imagem corporal, desordem alimentar, baixa qualidade do sono e autoestima prejudicada, especialmente as garotas adolescentes. 'As empresas de tecnologia estão cientes de que meu gabinete está enfatizando com vigor as rígidas regras de proteção de dados do Texas', disse Paxton. As empresas de redes sociais afirmaram que vão trabalhar com as autoridades para proteger os jovens usuários, alegando que desenvolveram novas ferramentas para proteger adolescentes, incluindo o controle parental. Elas não comentaram sobre o tema nesta quinta-feira. O comunicado de Paxton informa que as investigações vão se concentrar na conformidade das plataformas a duas leis estaduais: o Securing Children Online through Parental Empowerment (SCOPE) Act e o Texas Data Privacy and Security Act (TDPSA). A primeira proíbe que provedores de serviços digitais compartilhem, divulguem ou vendam informações sobre a identidade de menores sem a permissão dos pais ou guardiões legais. A lei exige que as empresas forneçam aos pais ferramentas para gerir e controlar as configurações de privacidade das contas das crianças. A segunda impõe exigências de ciência e consentimento a companhias para que coletem e usem dados pessoais de menores, informou o gabinete do procurador-geral. (Reportagem de Kanishka Singh em Washington)