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Taxas dos DIs sobem com investidores ajustando posições após comunicado do Copom

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Moedas de reais 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a quinta-feira com alta firme no Brasil, com parte dos investidores ajustando posições após o Copom para uma possível elevação de 75 pontos-base da Selic em maio -- e não de 50 pontos-base ou menos, como muitos agentes vinham precificando antes.

A alta das taxas foi intensificada pela disparada de várias ordens de stop loss (parada de perdas) ao longo da curva a termo, além do movimento de realização de lucros de alguns investidores, após os recuos recentes dos prêmios.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,87%, ante o ajuste de 14,709% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 14,645%, ante o ajuste de 14,398%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,56%, ante 14,292% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,59%, ante 14,333%.

Na noite de quinta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica Selic em 100 pontos-base, para 14,25% ao ano, e indicou a intenção de promover novo aumento em maio -- desta vez, de menos de 100 pontos-base. Em sua justificativa para o guidance, o BC citou o cenário ainda adverso para a inflação, a elevada incerteza e o efeito defasado da elevação dos juros sobre os preços.

Na prática, na visão do mercado, o comunicado do Copom consolidou três possibilidades para maio: aumento de 25, 50 ou 75 pontos-base.

Para alguns analistas ouvidos pela Reuters na noite de quarta-feira, o fato de o mercado estar em grande parte posicionado em 50 pontos-base -- o “meio do caminho” -- antes mesmo da decisão do Copom deixava pouco espaço para ajustes nesta quinta-feira. Mas não foi o que se viu.

Um operador da mesa de renda fixa de um banco de investimentos afirmou que agentes que estavam posicionados em altas menores da Selic -- de 25 ou 50 pontos-base -- se reposicionaram nos 75 pontos-base nesta quinta-feira.

Outro profissional de banco resumiu o movimento afirmando que “saiu o zero e entrou o 75 no jogo” -- referência ao fato de que, após o Copom, quem estava precificando alta nenhuma da Selic em maio fechou posição, enquanto as apostas em 75 pontos-base cresceram.

A disparada de ordens de 'stop loss' ampliou o movimento em vários vértices, assim como a decisão de alguns agentes de embolsar os ganhos recentes. O avanço do dólar ante o real, apesar de contido, também favoreceu a abertura da curva.

Neste cenário, às 15h43, a taxa do DI para janeiro de 2026 atingiu a máxima de 14,89%, em alta de 18 pontos-base ante o ajuste da véspera.

Durante o dia o mercado também se manteve atento à apresentação e tramitação, no Congresso, do parecer final do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025. O texto previu um superávit primário de R$15 bilhões nas contas do governo federal, ante a proposta original do Executivo que apontava para saldo positivo de R$3,7 bilhões.

A meta de resultado primário de 2025 é de déficit zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), equivalente a R$31 bilhões para mais ou para menos.

Para o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi, apesar da previsão de superávit, a proposta trouxe alguns sinais preocupantes, como a perspectiva de elevação dos gastos previdenciários.

No parecer final, foram incluídos aumentos de R$8,3 bilhões em gastos previdenciários e de R$3 bilhões para o programa auxílio gás.

“Ainda que tenha colocado um superávit para 2025, o que acende a luz amarela é a possibilidade de manobras para acomodar despesas”, disse Sueishi. “Há um receio de que o país possa voltar para um ciclo de manobras contáveis para conseguir acomodar despesas, abrindo espaço para uma política populista antes das eleições de 2026”, alertou.

Em entrevista pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a ideia de que o Brasil não precisa passar por uma recessão econômica para baixar a inflação ou controlar as contas públicas.

“Acho que você consegue administrar a economia de maneira a crescer de forma sustentável sem que a inflação saia do controle', disse Haddad em entrevista ao programa 'Bom dia, ministro', do CanalGov. 'O Brasil não precisa fazer um ajuste recessivo para colocar ordem nas suas contas', afirmou em outro momento.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries se mantinham em baixa no fim da tarde, após o Federal Reserve ter mantido, na véspera, sua taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%. Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 3 pontos-base, a 4,229%.

Escrito por Reuters

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PROMOÇÃO "OUÇA E CONCORRA" 2ª EDIÇÃO

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