TBT: 38 anos de Frank Sinatra no Budokan Hall
Relembre uma das apresentações mais inesquecíveis do astro no Japão
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Décadas após um dos maiores shows já feitos, é necessário destacar a relevância cultural de Frank Sinatra no Budokan Hall em Tóquio. Com uma qualidade impecável, sua apresentação mostrou o porquê de ele ser um dos maiores nomes da música até os dias de hoje.
Aconteceu numa quinta à noite, no dia 18 de abril de 1985. A arena que inicialmente tinha sido construída para competições de judô para os Jogos Olímpicos de 1964, naquele dia, virou palco para uma das maiores vozes do mundo. E o público marcou presença, atingindo acima da capacidade máxima do lugar, com quatorze mil e quinhentas pessoas.
O show começou com uma abertura de três minutos de sua orquestra tocando um medley de seus maiores sucessos. Em seguida, Sinatra caminhou pela passarela forrada por um tapete vermelho até o centro da arena- ao som de um longo e caloroso aplauso da plateia. Assim que chegou no ponto marcado, os instrumentistas começaram a tocar “The Lady Is A Tramp”, originalmente lançada há 27 anos atrás. De tanta perfeição que foi a apresentação, parecia que o público tinha viajado no tempo e escutado a versão do primeiro dia que ela foi gravada.
O que sempre impressionou quando ele se apresentava ao vivo era como ele encantava a todos com o seu swing discreto e com uma interpretação que dava a sensação de domínio total. Tem artistas que cantam para mostrar a sua potência e extensão. Sinatra tinha uma voz confiante e controlada, não de alguém emocionado ou querendo provar algo.
Com pouco exibicionismo e muito carisma, soava como se estivesse realmente falando o que sentia através de músicas, com as versões impecáveis de seus clássicos “Fly Me To The Moon” e “My Way”. Com muita suavidade, antes de cantar a canção de Cole Porter “I’ve Got You Under My Skin”, agradeceu seu arranjador Nelson Riddle pelo trabalho que desenvolveu ao seu lado, reconhecendo sua genialidade.
Depois, inseriu em seu repertório “Something”, a introduzindo como “uma bela canção de amor de George Harrison, dos Beatles”. Mostrando que conseguia transformar uma obra de Rock contemporâneo em uma balada romântica, ele a cantou com muita sensibilidade, e no final dedicou a apresentação para sua mulher Barbara, que estava na plateia.
Também colocou momentos descontraídos no show. Brincou com a letra de “My Kind Of Town”, canção de seu disco lançado naquele, produzido por Quincy Jones e que prestava homenagem a Chicago, trocando o nome da cidade e cantando “Yokohama... é o meu tipo de cidade”.
O momento mais marcante do show, sem dúvida alguma, foi em seguida disso, quando ele anunciou para o público: “Agora, nós temos uma nova canção para você” e cantou a inédita “New York, New York”. Sinatra transformou o tema do musical de Martin Scorsese, em uma música que ficou lembrada na história com sua interpretação.
Toda o espetáculo foi uma prova que, em meados dos anos 80, Sinatra ainda era o imbatível astro de presença vibrante e futuro forte, com muito chão pela frente.
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