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The King’s Jam: a união de duas lendas da guitarra

BB King e Jimi Hendrix juntaram-se em momento histórico

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Há 56 anos, neste mês, dois dos maiores guitarristas que já pisaram no mundo se reuniram para uma sessão de improviso. Em 15 de abril de 1968, o rei do Blues, BB King, liderou uma jam session épica na extinta casa noturna The Generation Club, em Nova Iorque, que contou com a presença de Jimi Hendrix. Além dos dois, Al Kooper, The Paul Butterfield Blues Band, Elvin Bishop e outros tocavam juntos naquela noite.

O show – ou pós-show, uma vez que ocorreu depois da apresentação oficial da casa– ficou conhecido como “The King 's Jam” e consagrou-se um momento na história do Rock and Roll e dos Estados Unidos. E, como foi um evento não oficial, as gravações que existem são, segundo Al Kooper, do aparelho gravador de Jimi Hendrix. Segundo o formador da banda Blood, Sweat & Tears, o guitarrista levava-o sempre consigo quando ia tocar.

A setlist do show que durou até o amanhecer incluía, de acordo com o portal americano Cleveland.com, “My own fault darling” (original de BB King), o cover da canção de Bob Dylan “Like a Rolling Stone” e outras músicas de blues. O encontro de astros torna-se ainda mais especial ao saber a informação de que Hendrix era fã de BB King.


Em entrevista feita em 2009 para a rádio Sirius XM, o rei do Blues conta como foi a primeira vez que os dois se conheceram: “Hendrix estava na seção de ritmos do Little Richard e foi assim que o conheci. [...] Jimi estava calmo quando o conheci. Ele não bebia, nem fumava, nem nada. E eu não estava bebendo muito na época, então fomos para o camarim e nos sentamos lá, e finalmente ele disse: BB, estou ouvindo você há algum tempo. Eu disse: De verdade? Então, ele me disse seu nome, mas percebi que ele era canhoto, que não tocava como nós. [...] E então eu perguntei por que ele não trocava as cordas, ao que ele respondeu: Bem, foi assim que aprendi. E foi assim que conheci Jimi. E ele era uma pessoa muito legal".

Jam Sessions como essa não continuaram por muito tempo, uma vez que novos locais começaram a germinar e lugares íntimos como o Generation Club deixaram de fazer sentido. Enquanto novos clubes comportavam de 1500 a 2000 pessoas, no clube em questão cabiam aproximadamente 200. O The Generation Club fechou em 1968, quando Jimi Hendrix e seu empresário Michael Jeffery compraram e converteram o espaço em um estúdio de gravação profissional. Seria o único estúdio de gravação de propriedade de um artista existente na época.

Uma colaboração como a que ocorreu no dia da King 's Jam traduzia a energia criativa da época, criando espaço para a inovação e improvisações que mesclavam gêneros musicais e geravam novos sons. Era um momento complicado. O assassinato de Martin Luther King havia acabado de acontecer e o clima da morte do presidente John Kennedy ainda estava latente, mas também havia um sentimento de esperança que pairava no ar, como se as pessoas se unissem em prol de algo maior - uma experiência musical que transcendesse o físico e alcançasse o espiritual.

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