Tribunal da Argentina culpa Irã por ataque mortal a centro judaico em 1994
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Por Lucila Sigal e Lucinda Elliott
BUENOS AIRES (Reuters) - Uma nova decisão do mais alto tribunal criminal da Argentina culpou o Irã pelo ataque fatal de 1994 contra o centro comunitário judaico AMIA em Buenos Aires, declarando-o um 'crime contra a humanidade' em uma decisão que abre caminho para as vítimas buscarem justiça, de acordo com documentos judiciais divulgados na noite de quinta-feira.
Os juízes decidiram que o ataque a bomba contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) - o mais letal do gênero na história do país, que matou 85 pessoas e deixou centenas de feridos - foi realizado pelo grupo armado Hezbollah e respondeu 'a um projeto político e estratégico' do Irã.
Representantes da comunidade judaica argentina disseram que a decisão do tribunal foi 'histórica' e 'única', pois abriu a porta para que os parentes das vítimas entrem com ações judiciais contra a República Islâmica.
O presidente Javier Milei comemorou a decisão, dizendo que esse foi um 'passo significativo' que pôs fim a décadas de 'atrasos e encobrimentos', em uma declaração oficial.
O Judiciário argentino há muito tempo afirma que o Irã está por trás do ataque, mas as investigações conjuntas e os mandados de prisão da Interpol não levaram a nada. O Irã se recusou a entregar os cidadãos condenados na Argentina. Teerã nega envolvimento.
Promotores acusaram autoridades iranianas graduadas e membros do Hezbollah de ordenar o atentado, bem como um ataque em 1992 contra a embaixada israelense na Argentina, que matou 22 pessoas.
'A importância dessas graves violações de direitos humanos para a comunidade internacional como um todo invoca o dever do Estado de fornecer proteção judicial', escreveu o juiz Mahiques.
Escrito por Reuters
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