Ucrânia pede ajuda para proteger e reconstruir cidades atacadas pela Rússia
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Por Andreas Rinke e Olena Harmash
BERLIM (Reuters) - A Ucrânia e seus aliados obtiveram apoio nesta terça-feira, em Berlim, para proteger as cidades ucranianas dos mísseis russos e pediram que empresas internacionais depositem fé -- e bilhões de dólares -- na reconstrução pós-guerra.
Kiev espera que uma conferência de recuperação consolide suas credenciais como futuro membro da União Europeia, digno de enormes injeções de financiamento para a reconstrução, mesmo que as forças russas continuem a realizar avanços lentos no leste do território ucraniano.
A Suíça acolhe neste fim de semana uma conferência internacional para procurar um caminho para a paz na Ucrânia, mas o evento foi rejeitado pela China e considerado uma perda de tempo pela Rússia, que não foi convidada a participar.
Falando ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Rússia já destruiu infra-estruturas energéticas suficientes para abastecer as cidades de Berlim e Munique juntas.
Ele esperava sair com promessas de bilhões de euros para a defesa e acordos para a construção de um sistema energético novo e mais moderno.
“A Ucrânia está sofrendo com a forma mais destrutiva da visão russa do uso da energia como arma”, disse Zelenskiy.
Citando estimativas do Banco Mundial de que a Ucrânia poderá precisar de 500 bilhões de dólares ao longo de uma década, Scholz disse que é necessário oferecer às empresas um caso de negócio para investir. Ele falou ainda do potencial da Ucrânia em setores que incluem energias renováveis, TI e produtos farmacêuticos.
Scholz também disse que a Alemanha estava enviando mais sistemas de defesa aérea para reforçar a Ucrânia contra uma série de ataques russos a cidades e infraestruturas críticas, mais de dois anos depois de a Rússia ter lançado uma invasão em grande escala ao país.
'O melhor tipo de reconstrução é aquele que não precisa acontecer', disse ele.
Uma campanha russa de bombardeios aéreos, que começou em março, infligiu danos tão graves à capacidade de produção da Ucrânia que apagões em todo o país estão sendo programados.
Questionado sobre o que esperava da conferência na Suíça, que visa angariar apoio para as propostas de paz de Kiev, Zelenskiy disse que o fato de ela estar acontecendo era um resultado em si, uma vez que se tornava cada vez mais difícil manter os países à parte enquanto a guerra se arrastava.
'É importante não entregar (a iniciativa)... à Rússia', disse ele. 'Porque a iniciativa russa foi demonstrada no dia da invasão em grande escala. A visão deles é a ocupação do nosso país', acrescentou.
(Reportagem de Andreas Rinke, Rachel More, Andrey Sychev, Olena Harmash, Anastasiia Malenko, John O'Donnell, Alvise Armellini, Max Hunder, Dan Peleschuk; Texto de Matthias Williams)
Escrito por Reuters
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