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Ucrânia pressiona por convite da Otan no aniversário de 30 anos de fracassado acordo nuclear

Placeholder - loading - Bandeiras em cerimônia na sede da Otan, em Bruxelas, na Bélgica 04/04/2023  OLIVIER MATTHYS/Pool via REUTERS
Bandeiras em cerimônia na sede da Otan, em Bruxelas, na Bélgica 04/04/2023 OLIVIER MATTHYS/Pool via REUTERS

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Por Tom Balmforth

KIEV (Reuters) - A Ucrânia criticou nesta terça-feira um acordo firmado há 30 anos, no qual o país renunciou suas armas nucleares em troca de garantias de segurança que nunca se concretizaram, à medida que busca receber um convite de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Kiev está pedindo desesperadamente por garantias de segurança robustas para protegê-la de uma nova agressão russa, uma vez que o retorno do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, à Casa Branca aumenta os temores de um acordo rápido pelo fim da guerra que deixaria a Ucrânia exposta.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia apontou para o Memorando de Budapeste de 1994, que viu Kiev abrir mão do terceiro maior arsenal nuclear do mundo em troca de garantias de segurança, inclusive da Rússia, após a dissolução da União Soviética, em 1991.

'Hoje, o Memorando de Budapeste é um monumento à falta de visão na tomada de decisões estratégicas de segurança', escreveu o ministério em uma declaração, marcando o aniversário do acordo de 5 de dezembro de 1994.

O ministério disse que o acordo 'deve servir como um lembrete para os atuais líderes da comunidade euro-atlântica de que a construção de uma arquitetura de segurança europeia às custas dos interesses da Ucrânia, em vez de levá-los em consideração, está destinada ao fracasso'.

A Ucrânia tem denunciado o memorando desde 2014, muito antes da invasão de 2022, quando as tropas russas tomaram e anexaram a península da Crimeia, antes de apoiar representantes paramilitares no leste do país.

Os combates no leste da Ucrânia, que mataram milhares de pessoas, foram levados a um cessar-fogo incômodo, seguido por dezenas de rodadas de negociações sob o que ficou conhecido como Acordos de Minsk.

Mesmo depois de quase três anos de guerra total, Kiev tem se recusado a aceitar a perspectiva de um retorno a negociações semelhantes que poderiam resultar em um cessar-fogo temporário, mas que deixariam em aberto a perspectiva de uma nova invasão russa.

'Chega do Memorando de Budapeste. Chega dos Acordos de Minsk. Duas vezes é o suficiente, não podemos cair na mesma armadilha uma terceira vez. Simplesmente não temos o direito de fazer isso', disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy.

Kiev deseja que os membros da Otan emitam um convite para a adesão do país em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da aliança que começa nesta terça-feira, enquanto a invasão se aproxima da marca de três anos e a Rússia obtém ganhos no campo de batalha.

Escrito por Reuters

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