Via abrirá menos lojas em 2023 e saída de diretor foi em 'comum acordo', diz presidente
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SÃO PAULO (Reuters) -A varejista Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto, deve abrir entre cinco e dez lojas neste ano, diante de estratégia de segurar o ritmo de novas unidades por causa do cenário macroeconômico, disse o presidente da empresa, Roberto Fulcherberguer, em conferência com analistas nesta sexta-feira.
'Com todo esse contexto que está acontecendo, taxa de juros pressionando da forma como está e a dúvida em relação ao consumo, nós mudamos o plano desde o último trimestre do ano passado. Devem ser (abertas) entre cinco e dez lojas este ano', disse.
Segundo ele, o ritmo previsto atualmente pode ser acelerado caso as condições macroeconômicas evoluam positivamente. O potencial de aberturas para 2023 seria entre 60 e 80 lojas, disse.
A Via inaugurou 63 lojas no ano passado e fechou 21. No trimestre, a empresa inaugurou 15 pontos e fechou três.
A Via publicou na véspera prejuízo líquido de 163 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro de 29 milhões de reais no mesmo período do ano anterior, pressionada pelo resultado financeiro, enquanto a receita bruta subiu 9%. As ações da empresa cediam -8,76%, a 1,77 real, nesta tarde na bolsa, enquanto o Ibovespa caía -1,63%.
Fulcherberguer disse que a Via pretende capturar ao redor de 2 pontos percentuais de margem Ebitda ao longo do ano, beneficiada por investimentos em produtividades feitos recentemente, como com relação à tecnologia aplicada à logística da empresa.
Sobre crédito, a companhia vê uma melhora na recuperação de perdas no início deste ano, o que ajudou a permitir uma abertura cautelosa da concessão, segundo André Calabro, presidente da unidade BanQi e de soluções financeiras da Via. 'Janeiro e fevereiro temos tido excelentes indicadores de recuperação (de crédito)', disse Calabro.
MUDANÇAS NA DIRETORIA
Um outro ponto que pesou sobre a ação nesta sexta-feira foi a renúncia de Helisson Andrade Lemos ao cargo de diretor de inovação digital da companhia, conforme divulgado pela empresa nesta madrugada em comunicado. Ele seguirá como consultor nos processos de inovação da companhia, segundo a Via.
Analistas da XP Investimentos consideraram negativa a saída de Lemos, apontado como 'executivo chave para o desenvolvimento do marketplace da Via'. A plataforma da empresa foi reestruturada nos últimos trimestres para ampliar o foco a produtos que não fazem parte do negócio principal da Via, que é mais voltado para eletrodomésticos e eletrônicos.
Sobre a saída de Lemos da diretoria, Fulcherberguer disse na conferência que 'o que está acontecendo agora é um amadurecimento de um ciclo. Essa decisão acontece de forma planejada e de comum acordo'.
Ele ainda disse que Edson Tavares, diretor de tecnologia da companhia, passará a incorporar a função de logística. Essa responsabilidade até então estava com Sérgio Augusto Leme, que também cuida de relações com investidores e da comunicação. Agora, além disso, ele abarcará as áreas pessoais e performance.
(Por Andre Romani, edição de Alberto Alerigi Jr. e Pedro Fonseca)
Escrito por Reuters
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