73 anos de Bernie Taupin: a estrela atrás das cortinas
Viaje em uma jornada musical de um dos compositores mais memoráveis do mundo
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Hoje, dia 22, é o aniversário de Bernie Taupin, o braço direito de Sir Elton John. Reconhecido como o maior colaborador na carreira do artista inglês, Taupin compôs alguns dos seus maiores sucessos. Ele tinha apenas 17 anos quando conheceu o jovem aspirante a pianista chamado Reginald Dwight. Eles foram apresentados depois que uma gravadora deu a Elton algumas das letras de Taupin para trabalhar. No entanto, mal sabiam eles que esse encontro resultaria em uma relação de trabalho que duraria mais de 30 álbuns ao longo de meio século.
"Sem Bernie, basicamente, não haveria um Elton John. Sou apenas o transmissor dos sentimentos e pensamentos de Bernie", diz o próprio Capitão Fantástico em relação ao Brown Dirty Cowboy. Para celebrar sua colaboração de mais de meio século, a Antena 1 vai relembrar as histórias por trás de suas maiores canções. Confira:
Your Song (1970)
Uma das maiores canções de amor já escritas foi composta por ninguém menos que Bernie Taupin aos 17 anos de idade. Essa música consagrou Elton como uma das vozes do século e foi escrita em 1967 para o segundo álbum autointitulado de "Elton".
A canção foi escrita por Taupin em um pequeno caderno de notas na mesa da cozinha do apartamento da mãe de Elton, no subúrbio de Londres, durante um café da manhã em 1969. Em seguida, o compositor passou a letra para John, o melodista, e a canção nasceu em 20 minutos. Elton diz que a música não é sobre ninguém em particular, e Taupin reforça essa ideia, recusando-se a revelar a identidade da pessoa, se é que ela existe. Foi simplesmente assim que a música de melodia criativa, vocais precisos e letras profundas, nasceu.
Tiny Dancer (1971)
Uma das baladas de piano mais bonitas de Elton, "Tiny Dancer", não foi um sucesso imediato e só foi incluída nas setlists do artista com o passar do tempo. Isso ocorreu devido às edições encurtadas feitas para rádio, já que a música completa tinha seis minutos, o que retirava muito da sua essência marcante. Essa foi uma das primeiras músicas da parceria, após passarem meses na estrada em turnê pelos Estados Unidos pela primeira vez.
Acredita-se que Elton tenha se inspirado na namorada de Taupin, Maxine Feibelmann, que mais tarde se tornou sua esposa. A letra "blue jeans baby, LA Lady, seamstress for the band" foi uma homenagem a Maxine, pois ela costurava as fantasias e fazia reparos nas roupas de Elton e sua banda quando necessário. No entanto, o compositor posteriormente contestou essa teoria, afirmando que a música se referia às mulheres da Califórnia em geral e que ele estava tentando capturar o espírito daquela época. Independentemente do mistério por trás da inspiração, essa é uma das colaborações mais marcantes na história de ambos.
Rocket Man (1972)
Sir Elton John ficou surpreso ao descobrir a verdadeira inspiração por trás de seu sucesso de 1972, "Rocket Man". A composição de Taupin foi inspirada por uma coleção de livros de ficção científica chamada The Illustrated Man. Nesses livros, havia uma história chamada "The Rocket Man", que falava sobre como os astronautas se tornariam uma profissão comum no futuro. Assim, ele construiu a canção a partir dessa ideia.
O processo de escrita teve início enquanto o letrista estava dirigindo perto da casa de seus pais em Lincolnshire, Inglaterra. Assim que a ideia surgiu em sua mente, ele sentiu a necessidade de escrevê-la imediatamente, caso pudesse se perder em seus pensamentos. Então, ele dirigiu rapidamente para chegar em casa, onde escreveu uma primeira frase que teve que repetir em voz alta por duas horas até finalmente conseguir colocá-la no papel: "She packed my bags last night, pre-flight. Zero hour, 9 a.m., and I'm gonna be high as a kite by then".
Bennie and The Jets (1973)
Para aqueles que não sabem, Bennie and the Jets na verdade é um personagem fictício criado por Elton e Bernie. A música foi escrita como uma sátira, zombando da natureza moderna da indústria musical dos anos setenta. Ela é cantada do ponto de vista de um fã adorador da banda. Os dois compositores ironizam os jovens que seguem artistas sem considerar o som que eles produzem, mas sim pelo estilo, truques e efeitos especiais.
Elton John tinha 26 anos quando gravou a música. É possível que naquela época ele se considerasse maduro e experiente o suficiente para fazer uma provocação à geração mais jovem de fãs de música. E, em grande parte, parece ser isso que ele está fazendo nesta música. No entanto, ele o faz de forma alegre e divertida, pois quando se trata de glam rock, o mesmo estilo musical que ele está criticando, ele é tão extravagante quanto nunca.
Goodbye Yellow Brick Road (1973)
A faixa-título do álbum de 1973 é uma balada melancólica de piano com letras reflexivas sobre retornar às suas origens. Ela aborda uma pessoa que rejeita a riqueza e o sucesso e opta por voltar a um estilo de vida mais simples. O protagonista declara que quer deixar a vida de fantasia, representada por Oz, e retornar ao que era antes.
Nessa música, Bernie Taupin está dizendo que o protagonista (não necessariamente ele ou Elton) não se encaixa neste mundo. Ao compará-lo ao Mágico de Oz, ele também está afirmando que prefere o mundo monótono, representado por Kansas, ao mundo brilhante de Oz. Na história original, o Mágico acaba sendo uma fraude, e a letra sugere que o protagonista está rejeitando a Estrada de Tijolos Amarelos, um caminho para o engano e a ilusão. Taupin já mencionou que não buscava fama, embora sua escrita o tenha levado ao sucesso. Portanto, até certo ponto, essa música pode ter elementos autobiográficos.
Nikita (1985)
A controversa “Nikita” foi lançada em 1985 como single do disco “Ice on Fire”. A música é mais uma das parcerias de John com Taupin, em que conta com a participação de George Michael como backing vocal. Entre a maioria dos amantes da música e que conhecem a história daquele momento, ela evoca sentimentos contraditórios.
Passando no contexto da Guerra Fria, a canção é a descrição de uma paixão por Nikita, uma guarda de fronteira do Muro de Berlim. Porém esse encontro nunca acontece porque o apaixonado não pode entrar no país da amada. A personagem é lembrada como feminina por conta do videoclipe lançado na época. Porém, ao contrário do conhecimento geral, esse nome não é feminino. Na Rússia e outros países da Europa Oriental o nome é dado para homens. A canção, em idioma inglês, não define o gênero que o autor se refere.
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