Cemitérios da 1ª Guerra e ex-centro de tortura na Argentina são declarados Patrimônio Mundial da Unesco
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Por Geert De Clercq
PARIS (Reuters) - Cemitérios da Primeira Guerra Mundial na Bélgica e na França, as colinas do genocídio de 1994 em Ruanda e um ex-centro de tortura na Argentina foram declarados Patrimônio Mundial da Unesco, após a agência da ONU decidir acabar com uma moratória sobre os memoriais do sofrimento humano.
Até o momento, o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, e o Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão, eram os únicos memoriais inscritos na lista de Patrimônio Mundial da agência cultural da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em uma reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco em Riad, na Arábia Saudita, nesta quarta-feira, os Estados-membros da agência concordaram em adicionar os locais da Primeira Guerra Mundial e de Ruanda à lista, depois de acrescentarem o ex-centro de tortura da Argentina na terça-feira.
A agência disse que os Estados-membros concordaram, no início de 2023, que os locais podem desempenhar um papel fundamental na construção da paz, que é o objetivo principal da Unesco.
Os locais da Primeira Guerra Mundial abrangem uma série de cemitérios de militares, campos de batalha e memoriais entre o norte da Bélgica e o leste da França. Os 139 locais traçam o contorno da Frente Ocidental da Primeira Guerra Mundial e guardam os restos mortais de dezenas de milhares de soldados de várias nacionalidades.
'Em um momento em que a guerra voltou aos portões da Europa... esses locais mais do que nunca encarnam um apelo à paz', disse a ministra da Cultura da França, Rima Abdul-Malak, em um comunicado.
Os locais do genocídio de Ruanda compreendem uma série de colinas onde, em 1994, cerca de 1 milhão de pessoas -- tutsis, mas também hutus e twa moderados -- foram mortas por milícias armadas.
O Museu Esma da Argentina, no local da antiga Escola de Mecânica da Marinha, em Buenos Aires, foi um centro de detenção secreto durante a ditadura de 1976-1983, usado para torturar e matar opositores do regime militar, segundo a Unesco.
Escrito por Reuters
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