Chanceler da China defende respeito à integridade territorial em fórum no Tibete

PEQUIM (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse nesta quinta-feira, em um fórum no Tibete, que os países da região devem respeitar a soberania umas das outras, em meio a tensões latentes com a Índia sobre uma fronteira disputada no leste do Himalaia.

'Devemos aderir ao respeito e à confiança mútuos, manter conjuntamente a unidade regional e respeitar a soberania e a integridade territorial uns dos outros', disse Wang no fórum na cidade de Nyingchi, a 160 km do Estado indiano de Arunachal Pradesh, que a China reivindica como parte do Tibete.

O Ministério das Relações Exteriores da Índia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

No fórum, a terceira rodada de diálogos trans-himalaios desde seu início em 2018, estavam autoridades de países como Nepal, Paquistão, Afeganistão e Mongólia. Assim como em 2018 e 2019, não estavam entre os participantes representantes da Índia.

As relações entre China e Índia tiveram uma forte piora em 2020 após um confronto na fronteira em que 20 soldados indianos e quatro chineses foram mortos. Nste ano, a China provocou a Índia ao divulgar um mapa que mostrava Arunachal Pradesh, no leste do Himalaia, como parte do sul do Tibete.

O Tibete, que Pequim disse ter libertado pacificamente em 1951 após enviar tropas chinesas para a região, também tem atraído a preocupação internacional dos Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU), que devem examinar publicamente o histórico de direitos da China no início de 2024 como parte de um processo de revisão no Conselho de Direitos Humanos em Genebra.

Nste ano, os especialistas da ONU expressaram repetidas preocupações sobre o Tibete, mais recentemente em agosto, quando levantaram a situação dos defensores dos direitos tibetanos presos.

A China negou vigorosamente qualquer irregularidade.

Wang disse nesta quinta-feira que as mentiras fabricadas por 'algumas forças ocidentais' sobre o Tibete eram insustentáveis e baseadas em preconceitos ideológicos, e serão desfeitas 'diante dos fatos'.

(Por Ryan Woo)