Ciência e Música: cientistas reconstroem hit de Pink Floyd por ondas cerebrais
Avanço aumenta esperanças de que a musicalidade pode auxiliar pacientes com condições neurológicas
Publicada em
Cientistas reconstruíram “Another Brick in the Wall” do Pink Floyd ao analisarem as ondas cerebrais das pessoas - a primeira vez que uma música reconhecível foi decodificada a partir de gravações da atividade elétrica cerebral.
A esperança é que essa pesquisa possa, em última análise, ajudar a restaurar a musicalidade da fala natural em pacientes que têm dificuldade em comunicar devido a condições neurológicas incapacitantes. Alguns exemplos seriam casos de acidente vascular cerebral ou esclerose lateral amiotrófica - a doença neurodegenerativa com a qual Stephen Hawking foi diagnosticado.
Embora membros do mesmo laboratório já tivessem conseguido decifrar a fala – e até mesmo palavras imaginadas silenciosamente – a partir de gravações cerebrais, “em geral, todas essas tentativas de reconstrução tiveram uma qualidade robótica”, disse o professor Robert Knight, neurologista da Universidade de Nova York. A Universidade Berkeley, na Califórnia foi quem conduziu o estudo com o pós-doutorado Ludovic Bellier.
Ele conta que “A música, por sua própria natureza, é emocional e prosódica – tem ritmo, ênfase, sotaque e entonação. Ele contém um espectro muito maior de coisas do que fonemas limitados em qualquer idioma, o que poderia acrescentar outra dimensão a um decodificador de fala implantável”.
A equipe analisou gravações cerebrais de 29 pacientes enquanto tocavam um segmento de aproximadamente três minutos da música da banda inglesa, retirada de seu álbum de 1979, “The Wall”. A atividade cerebral dos voluntários foi detectada colocando eletrodos diretamente na superfície de seus cérebros durante a cirurgia para epilepsia.
A inteligência artificial foi então usada para decodificar as gravações e depois codificar uma reprodução dos sons e palavras. Embora muito abafada, a frase "Em suma, é apenas mais um tijolo na parede" aparece de forma reconhecível na música reconstruída - com seus ritmos e melodia intactos.
"Parece que eles estão falando debaixo d'água, mas é a nossa primeira chance de fazer isso", disse Knight. "Agora que sabemos como fazer isso, acho que se tivéssemos eletrodos separados por um milímetro e meio, a qualidade do som seria muito melhor".
À medida que as técnicas de gravação cerebral melhoram, também poderá ser possível fazer tais gravações sem a necessidade de cirurgia - talvez usando eletrodos sensíveis fixados no couro cabeludo.
Veja também:
"USED TO BE YOUNG": MILEY CYRUS ANUNCIA SINGLE
POR DENTRO DA ANTENA 1: BASTIDORES DA NOSSA PROGRAMAÇÃO MUSICAL
Descontos especiais para distribuidores
SALA DE BATE PAPO