Curiosidade: Parceria de David Bowie e Nile Rodgers
Descubra a história por trás do álbum mais comercial do 'camaleão'
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No início dos anos 80, a cena musical passava por profundas mudanças e transições. Muito disso se deveu ao surgimento da MTV, que em 1981 ajudou a popularizar novos talentos na música. O décimo quinto álbum de David Bowie fez parte dessa revolução. Em 1983, o icônico cantor reinventou sua imagem com o lançamento de "Let’s Dance".
Nessa produção, a colaboração com Nile Rodgers desempenhou um papel fundamental na consagração da obra. Depois de definirem a direção do projeto, os dois se uniram na casa de Bowie, na Suíça, e compuseram todas as músicas. "Em apenas 17 dias, cerca de quatro músicas por dia", relembra Rodgers.
Com faixas memoráveis como "Modern Love" e novas versões de "China Girl" e "Cat People (Putting Out Fire)", o novo Bowie, com cabelos loiros platinados, cativou o mundo. O sucesso foi imediato, tornando este álbum o mais vendido de sua carreira até aquele momento.
A sonoridade tornou-se mais dançante e comercial, mesclando elementos de Soul, Blues, Pop e um toque de Rock vintage. Além da produção de Rodgers, membro do Chic, com sua guitarra com um toque funky, Bowie também deu espaço para o guitarrista Steve Ray Vaughan brilhar com um solo marcante na faixa que dá nome ao disco.
Contudo, o que se revelou posteriormente foi que o astro não estava plenamente satisfeito com o sucesso do trabalho, pois ainda ansiava por explorar uma sonoridade mais experimental e alternativa. Isso também foi uma queixa frequente de muitos fãs da fase pré-"Pop Bowie". Ele começou a se distanciar deste álbum em 1987 e confirmou que o lançamento o colocou em um lugar que era um de seus maiores temores: "Eu me tornei algo que nunca quis ser. Tornei-me um artista bem aceito e comecei a atrair o público que comprava álbuns de Phil Collins".
Com o tempo, sua atitude em relação ao seu ápice comercial amainou, rejeitando a classificação da obra como mainstream e enxergando-a como um novo híbrido. Quer admitisse ou não, quando Bowie fundiu batidas dançantes com guitarras de blues-rock, criou uma série de hits que definiram sua época.
"Let’s Dance" foi um álbum que ele quase rejeitou, pois para um homem que sempre valorizou a contradição, ele se sentiu como se tivesse "se vendido para as massas". No entanto, é possível observar que essa fase seguiu o padrão característico de sua carreira, marcada pela busca constante de transformação. Relembrar essa obra lançada há 40 anos é relembrar como Bowie era visionário e uma das maiores figuras da história da música.
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