Em encontro no Planalto, assessor de Biden pede que Bolsonaro participe da Cúpula das Américas
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Por Ricardo Brito e Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu que o presidente Jair Bolsonaro participe da Cúpula das Américas, marcada para os dias 6 a 10 de junho, em Los Angeles, de acordo com declaração do assessor especial da Casa Branca para o evento, Chris Dodd, que teve um encontro com o chefe do Executivo brasileiro nesta terça-feira no Palácio do Planalto.
'O presidente Biden me pediu para que viesse ao Brasil hoje com um foco singular na Cúpula. Vim para reforçar nosso apreço de longa data pela parceria profunda e importante que os dois países compartilham -- construída sobre um fundamento comum da democracia, direitos humanos, prosperidade econômica, Estado de Direito e segurança', disse.
'Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero', acrescentou Dodd, na declaração distribuída para a imprensa.
No dia 10 de maio, a Reuters antecipou que Bolsonaro não planejava comparecer à cúpula. A decisão à época ainda não era definitiva e o presidente não havia dado razões para não ir ao evento, conforme duas fontes.
Consultado na ocasião, o Itamaraty disse que a presença do presidente estava sob avaliação e não confirmada.
De acordo com uma fonte, conversas iniciais chegaram a ser feitas entre as diplomacias de Brasil e EUA sobre a possibilidade de um encontro oficial entre Bolsonaro e Biden às margens da cúpula, mas não teriam avançado.
Bolsonaro é um admirador e aliado do ex-presidente dos EUA Donald Trump, que foi derrotado por Biden nas eleições presidenciais do país em 2020.
Apesar das diferenças, o assessor da Casa Branca disse que a voz do Brasil é importante na Cúpula das Américas em diversos temas.
'A Cúpula das Américas se concentrará em algumas das questões mais importantes e compartilhadas de todo o hemisfério. Como a garantia de que a democracia seja uma realidade para cada país, nossas metas climáticas compartilhadas, uma resposta mais colaborativa à Covid-19 e a abordagem mais profunda do crime organizado e da instabilidade econômica', disse.
'O Brasil tem muito a contribuir com esses temas aos líderes de toda a região que estarão presentes na Cúpula, e valorizamos muito a voz do Brasil enquanto discutimos soluções que ajudarão a construir vidas melhores para as pessoas do nosso hemisfério', concluiu.
Escrito por Reuters
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