Estudo indica que adolescentes têm se exercitado pouco
A atividade física pode trazer alívio a vários sintomas da depressão, redução do risco de doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade.
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Os especialistas em saúde pública trabalharam duro para nos lembrar da importância do exercício – tanto para a saúde mental quanto para a física. Em matéria da revista norte-americana TIME, uma pesquisa associou a atividade física ao alívio dos sintomas da depressão, redução do risco de doenças cardíacas, câncer, diabetes e obesidade.
Mas o primeiro relatório global por país sobre a atividade física de adolescentes sugere que a grande maioria dos adolescentes do mundo não está seguindo essa recomendação. Em um estudo publicado em 21 de novembro na Lancet Child & Adolescent Health, pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) analisaram os resultados de pesquisas que incluíram 1,6 milhão de adolescentes de 11 a 17 anos de 146 países em 2001 e novamente em 2016.
Os adolescentes responderam perguntas sobre quanta atividade física tiveram na escola e por conta própria. No geral, 81% deles não cumpriram as recomendações da OMS de uma hora de atividade moderada a vigorosa por dia em 2016.
"Não é uma surpresa essas taxas de inatividade", diz Fiona Bull, líder do programa de atividade física no departamento de promoção da saúde da OMS e principal autora do estudo. “O que é decepcionante é que os esforços que foram feitos não estão atingindo a escala ou o impacto que gostaríamos, e os níveis de inatividade permanecem altos. Essa é uma grande preocupação."
Na taxa atual, observa Bull, o objetivo da Assembleia Mundial da Saúde da OMS de reduzir em 15% a inatividade de adolescentes em todo o mundo até 2030 provavelmente não será alcançado. Além disso, enquanto as taxas de inatividade para meninos caíram ligeiramente de 2001 a 2016, as taxas para meninas não mudaram. "Os resultados apontam para uma urgência em agir e uma percepção de que o que estamos fazendo não é suficiente", diz Bull.
Pela primeira vez, a inatividade foi rastreada por país e região, para que os pesquisadores pudessem entender melhor onde as taxas de exercício são mais baixas.
Esses dados precisam ser considerados no contexto, uma vez que a razão para taxas mais altas de inatividade pode ser diferente em diferentes partes do mundo. No geral, as taxas mais altas foram encontradas nos países asiáticos de alta renda; de fato, entre as meninas, a Coréia do Sul teve a maior taxa de inatividade, com 97% não cumprindo as diretrizes da OMS. Nessas regiões, Bull suspeita que dois fatores possam estar contribuindo para a falta de atividade: em primeiro, o crescimento explosivo da economia, que foi alimentado pelo aumento do uso de tecnologias digitais e baseadas em telas que mantêm as crianças sedentárias; em segundo, uma cultura que prioriza a educação sobre a atividade física.
Em outras partes do mundo, outros fatores - como pobreza, desnutrição e menos recursos - podem gerar altas taxas de inatividade, pois as escolas não conseguem oferecer programas regulares de educação física.
As maiores melhorias na redução das taxas de inatividade entre os adolescentes de 2001 a 2016 ocorreram em Bangladesh, Cingapura, Tailândia, Benin, Irlanda e EUA, embora em todos esses casos as quedas tenham sido relativamente pequenas, atingindo o máximo em cerca de cinco pontos percentuais.
Os resultados do estudo destacam a necessidade de reavaliar os esforços atuais para fazer os adolescentes se exercitarem, começando com os programas escolares, diz Bull. Enfatizar a importância da educação física nas escolas pode ajudar os alunos a adotar bons hábitos de exercício físico que permanecem com eles quando se tornam adultos. Também é importante que as escolas ofereçam uma variedade de opções de exercícios que possam atrair uma variedade de preferências individuais e que vão além dos programas tradicionais de esportes coletivos. “As diferenças de inatividade entre meninos e meninas nos mostram que precisamos pensar com cuidado e inovação sobre o que meninas e meninos gostam e querem participar”, diz ela. "As soluções são locais, mas esse é um problema global".
Isso significa que as comunidades locais também devem priorizar a atividade física, fornecendo recursos para tornar acessíveis e acessíveis as formas tradicionais e não tradicionais de exercícios, como parques, calçadas (que demonstraram tornar mais seguro caminhar pelas áreas urbanas) e andar de bicicleta. programas de compartilhamento "Será um desafio alcançar a meta de 2030", diz Bull. "Isso exigirá que toda a comunidade [e] sociedade inteira mude."
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