Fundação de Bill Gates financiará tratamentos genéticos para doenças graves
A ideia do milionário é ajudar pessoas sem condições de pagar por tratamentos de ponta.
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Alguns dos tratamentos de ponta em medicina não são acessíveis para a maioria das pessoas que precisam deles, com preços às vezes superiores a US$ 1 milhão. Mas a boa notícia é que uma nova iniciativa dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e da Fundação Bill & Melinda Gates visa mudar essa realidade, segundo informações da revista norte-americana Time.
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Nos próximos quatro anos, o NIH e a Fundação Gates investirão US$ 100 milhões no desenvolvimento de curas baseadas em genes para doenças falciformes e HIV, com foco especial em disponibilizar esses tratamentos para os pacientes que mais precisam. Tanto o HIV quanto a doença das células falciformes - um grupo de distúrbios hereditários que levam à forma e função anormais dos glóbulos vermelhos, contribuindo potencialmente para uma série de complicações possíveis - afetam desproporcionalmente aqueles que vivem em áreas de baixa renda, como a África, e pessoas de cor, quem nos EUA são mais propensos do que os americanos brancos a lutar com a pobreza.
“Essa colaboração sem precedentes se aproxima do acesso contínuo, escalabilidade e acessibilidade de estratégias avançadas baseadas em genes para a doença das células falciformes e HIV, para garantir que todos, em todos os lugares, tenham a oportunidade de serem curados, não apenas nos países de alta renda, O Dr. Francis Collins, diretor do NIH, disse na declaração do NIH.
As terapias gênicas, que alteram os genes para tratar ou prevenir doenças, já produziram avanços para condições altamente difíceis de tratar, incluindo cegueira e leucemia, mas esses tratamentos são inacessíveis aos de países com menos recursos, diz o comunicado. A nova iniciativa se concentrará primeiro no desenvolvimento de tratamentos baseados em genes para a doença das células falciformes e HIV, depois direcionará a atenção para a acessibilidade.
Em termos de desenvolvimento, os pesquisadores já se concentraram em possíveis caminhos para tratamentos baseados em genes. Para a doença das células falciformes, diz a declaração, uma terapia pode corrigir as mutações genéticas que causam o distúrbio em primeiro lugar, ou ajudar o corpo a atingir a função normal dos glóbulos vermelhos. Para o HIV, isso pode significar direcionar o DNA infectado que vive dentro das células de uma pessoa, mesmo que elas estejam tomando tratamento anti-retroviral.
Os pesquisadores já estão trabalhando em possíveis curas tanto para a doença falciforme quanto para o HIV, mas a nova iniciativa pode significar que quaisquer avanços alcançados atinjam uma faixa muito mais ampla da população. Dito isto, os desafios de desenvolver e disseminar terapias genéticas são vastos.
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