Haddad diz que Bolsonaro tenta vencer agora porque não poderá se esconder de debates no segundo turno
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Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, fez dura críticas na madruga de sexta-feira a seu principal adversário na disputa, Jair Bolsonaro (PSL), e afirmou que a estratégia do oponente de pedir voto útil para tentar ser eleito já no primeiro turno expôe a fragilidade de um candidato que não poderá continuar se escondendo do debates eleitorais.
O petista, cujo campanha eleitoral elevou o tom no programa gratuito nessa reta final de campanha, afirmou que Bolsonaro não se sustenta no segundo turno da campanha e, por isso, faz o apelo para tentar uma eleição improvável no primeiro turno.
'Ele não tem condição de sustentar num segundo turno porque ele não pode se esconder nesse incidente (facada) até o fim do segundo turno', disse Haddad a jornalistas após o último debate antes da eleição de domingo, que novamente não contou com o presidenciável do PSL, por recomendação médica.
'Ele precisa desesperadamente de uma solução que me parece improvável a essa altura. É uma necessidade da candidatura vazia dele, que é uma figura vazia', acrescentou Haddad.
O petista acusou ainda a campanha de Bolsonaro de estar jogando sujo na internet com notícias falsas em relação a sua candidatura.
A ausência de Bolsonaro, que lidera com folga a corrida presidencial, no último debate também foi alvo de críticas de outros candidatos.
O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, que no debate o chamou de mentiroso, apelou para que os eleitores pensem antes de escolher o candidato no domingo.
As críticas de Ciro, que está numericamente em terceiro lugar nas pesquisas, também foram direcionadas a Haddad, segundo colocado na disputa, segundo as pesquisas.
'Pensem muito antes de votar num despreparado que representa os interesses mais subalternos do baronato brasileiro e um antipetismo. Confio no povo brasileiro', afirmou Ciro, ao lembrar que apesar de Bolsonaro evitar o debate, concedeu na noite de quinta-feira uma entrevista à TV Record.
'Se um cidadão acha que um candidato favorito nas pesquisas pode fazer uma entrevista por oportunismo numa outra rede de TV propriedade de uma igreja na hora do debate aprazado há meses... quem faz isso é um espertalhão. Será que o Brasil aguenta um espertalhão que nunca administrou um botequim dos pequenos?'
Antes da entrevista, Ciro foi informado da presença de um oficial de Justiça no local do debate para entregar uma intimação baseada numa denúncia feita pelo candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, João Doria, que foi chamado pelo pedetista de farsante em um debate
Segundo Ciro, a Globo 'botou o oficial de Justiça dentro de seu camarim para notificá-lo'.
'Eu acho que ele é mesmo um corrupto', atacou Ciro.
Outros candidatos como o tucano Geraldo Alckmin e Marina Silva (Rede) também condenaram a ausência de Bolsonaro no debate e a polarização nessa reta final da disputa com o presidenciável do PT.
'Eles não', disse Alckmin ao citar também o petista Haddad.
Marina repetiu que pode unir o país. '(Posso) ajudar que a gente saia desse ciclo perverso de polarização, que saiu da agressão política para agora as vias de fato.'
Escrito por Thomson Reuters
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