Hunter Biden desafia intimação do Congresso enquanto republicanos se preparam para votação de impeachment
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Por Katharine Jackson e Moira Warburton
WASHINGTON (Reuters) - Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, desafiou uma ordem dos republicanos da Câmara dos EUA para que ele testemunhasse a portas fechadas sobre seus negócios nesta quarta-feira, aumentando as tensões com parlamentares que planejam votar para formalizar a investigação de impeachment de seu pai.
Em uma coletiva de imprensa fora do Capitólio, Hunter Biden classificou a investigação como infundada e indicou que não cooperaria com uma intimação do Comitê de Supervisão da Câmara para testemunhar em privado.
Os republicanos disseram que tomariam medidas para enquadrá-lo em desacato ao Congresso, o que poderia resultar em pena de prisão. “O filho do presidente não define as regras”, disse o deputado James Comer, presidente do Comitê de Supervisão.
A Câmara dos Deputados deve votar ainda nesta quarta-feira para autorizar a investigação antes de partir para o recesso de final de ano de três semanas na quinta-feira. O presidente da Câmara, Mike Johnson, disse estar confiante de que o projeto será aprovado na Câmara, que os republicanos controlam por uma estreita margem, de 221 cadeiras a 213 dos democratas.
Os republicanos da Câmara alegam que Biden e sua família lucraram indevidamente com decisões das quais Biden, o pai, participou enquanto servia como vice-presidente entre 2009 e 2017. A investigação deles se concentra nas negociações comerciais de Hunter Biden.
Até agora, eles não conseguiram encontrar evidências de irregularidades por parte do presidente.
“Não há provas que apoiem as alegações de que o meu pai estava financeiramente envolvido nos meus negócios, porque isso não aconteceu”, disse Hunter Biden, de 53 anos.
A Casa Branca nega qualquer irregularidade e rejeitou a investigação, afirmando que ela seria politicamente motivada, antes das eleições presidenciais de 2024. O republicano Donald Trump, o único presidente dos EUA que sofreu impeachment duas vezes pela Câmara, é o principal candidato a enfrentar Biden. Trump foi absolvido pelo Senado nas duas vezes.
(Reportagem de Susan Heavey, Katharine Jackson, Moira Warburton, David Morgan, Rami Ayyub, Makini Brice e Jarrett Renshaw)
Escrito por Reuters