Ibovespa tem maior série de ganhos desde agosto de 2024 e mira 133 mil pontos
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Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta pelo sexto pregão consecutivo nesta quarta-feira, na maior série de ganhos em sete meses, com Vivara disparando após divulgar resultado do último trimestre do ano passado e sinalizar tendência positiva de vendas a partir de nova coleção recém-lançada.
Investidores também repercutiram decisão de política monetária nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve manteve a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, conforme o esperado, enquanto projeções de membros do banco central norte-americano sinalizaram a chance de dois cortes neste ano.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,79%, a 132.508,45 pontos, maior patamar de fechamento desde 2 de outubro de 2024. Na máxima do dia, chegou a 132.984,25 pontos. Na mínima, marcou 131.450,67 pontos.
Um sequência de seis altas não ocorria desde agosto do ano passado, quando o Ibovespa fechou no azul por oito pregões seguidos, de 6 a 15 daquele mês. Na série de seis ganhos deste ano, a valorização acumulada já supera 7%.
O volume financeiro no pregão desta quarta-feira somou R$25,6 bilhões.
De acordo com o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, não houve surpresas na decisão do Fed e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) seguiu o protocolo de não oferecer pistas sobre os próximos movimentos de política monetária.
'No entanto, embora tenha repetido que mercado de trabalho está forte e a inflação permanece acima da meta, destacou que a incerteza sobre o cenário econômico aumentou', destacou, citando ainda que as projeções tiveram mudanças marginais, sugerindo aumentos na inflação e na taxa de desemprego.
'A vida dos membros do Fomc ficou mais difícil, mas até o momento os ajustes nas perspectivas para a política monetária foram bastante parcimoniosas. Até a próxima reunião muita coisa pode mudar.'
Em Wall Street, o sinal positivo prevaleceu, com o S&P 500 encerrando em alta de 1%.
A bolsa paulista fechou antes do desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 14,25%, o maior patamar em quase uma década. Com a decisão em si já sinalizada pelo BC anteriormente, o foco deve ficar no comunicado do Copom.
DESTAQUES
- VIVARA ON disparou 7,57%, após lucro líquido de quase R$300 milhões no quarto trimestre do ano passado, um salto de 91,9% ano a ano, em resultado ajudado por alterações de critérios contábeis, mas também marcado por melhora em margens. Executivos da rede de joalherias afirmaram que a Vivara deve dedicar 90% da abertura de novas lojas este ano sobre a marca 'Life', onde vê as maiores oportunidades de crescimento.
- CVC BRASIL ON fechou em alta de 5,13%, em movimento endossado pelo alívio nas taxas do contratos de DI, que apoiou outros papéis sensíveis a juros, como VAMOS ON, que ganhou 5,39% e MAGAZINE LUIZA ON, que terminou com acréscimo de 3,99. O índice do setor de consumo na B3 encerrou com elevação de 1,25%.
- NATURA&CO ON avançou 4%, no segundo pregão de ajustes positivos, após fortes perdas desde a divulgação do balanço na semana passada. Apenas na sexta-feira, a ação desabou quase 30% refletindo decepção com o desempenho no último trimestre do ano passado e dúvidas sobre o ritmo do processo de 'turnaround' da companhia e seus reflexos nos resultados futuros da fabricante de cosméticos.
- HAPVIDA ON caiu 4,24%, após seis altas seguidas, período em que acumulou uma valorização de 15%. A operadora de planos de saúde divulga balanço nesta quarta-feira após o fechamento no mercado. Na véspera, a ANS reportou dados do setor, incluindo um resultado líquido de R$785,49 milhões para a companhia ano passado. Em fato relevante, a Hapvida disse que os dados não refletem necessariamente seu resultado.
- VALE ON caiu 0,17%, enfraquecida pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em baixa de 2,12%.
- PETROBRAS PN fechou com decréscimo de 0,08%, mesmo com o avanço dos petróleo no exterior, com o barril de Brent subindo 0,31%.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,25%, em dia positivo para a maioria dos bancos do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON foi a exceção, recuando 0,39%.
- CASAS BAHIA ON, que não está no Ibovespa, disparou 29,3%, em mais uma sessão de forte valorização no mês -- dia 6 subiu 14,3%, dia 7 avançou 19,1%, dia 10 saltou 29,9%, dia 11 valorizou-se 10,9% e dia 14 ganhou 15,8%, só para citar os ganhos de dois dígitos. No último dia 11, a varejista informou que o investidor Rafael Ferri atingiu uma participação de 5,11% do capital social da companhia.
- STONECO, que é negociada em Nova York, saltou 15,53%, após divulgar lucro líquido ajustado de R$665,6 milhões para o quarto trimestre de 2024, alta de 18% sobre o mesmo período de 2023. A receita total cresceu 11,1% ano a ano, para R$3,6 bilhões. A StoneCo também divulgou projeções para 2025, entre elas, estimou de lucro bruto ajustado acima de R$7,05 bilhões e um lucro básico por ação ajustado acima de R$8,6.
Escrito por Reuters