Inditex, dona da Zara, tem venda forte e eleva perspectiva de margem
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Por Corina Pons e Helen Reid
MADRI (Reuters) - A Inditex, proprietária da Zara, teve forte desempenho entre novembro e o início deste mês, com as vendas subindo 14% nas seis semanas até 11 de dezembro, e elevou perspectiva de margem para o ano, o que ajudava as ações da companhia a avançar para um recorde histórico nesta quarta-feira.
A maior varejista de moda do mundo divulgou lucro líquido de 4,1 bilhões de euros para o período de nove meses até o final de outubro, um aumento de 32,5% em relação ao ano anterior. As vendas nas lojas físicas e online aumentaram 11%, mais lentamente do que o crescimento de 19% registrado no ano anterior.
A empresa por trás da Zara e de outras marcas está reduzindo o número de lojas e investindo em lojas maiores e mais atraentes, além de melhorar sua logística para entregar pedidos online mais rapidamente do que os rivais.
Graças a essas mudanças, a Inditex agora vê sua margem de lucro em 2023 avançando 75 pontos básicos ante previsão anterior de margem bruta estável.
'Eles estão em uma posição muito boa e continuam a ganhar uma forte participação de mercado', disse Alistair Wittet, gerente de portfólio da Comgest em Paris, que detém ações da Inditex.
O aumento da previsão de margem bruta coloca a lucratividade de volta em níveis não vistos desde 2015, disse Wittet, acrescentando que a Inditex está conseguindo vender mais roupas pelo preço cheio.
Com o rápido crescimento da varejista de moda econômica Shein, que vem conquistando participação no segmento mais barato do mercado, a Zara procurou atrair compradores mais exigentes e ofereceu roupas mais caras, uma estratégia que a rival sueca H&M está tentando imitar.
Em um sinal da confiança dos investidores, o valor de mercado da Inditex ultrapassou recentemente o da H&M. As ações da Inditex são negociadas a cerca de 21 vezes o lucro esperado, enquanto o múltiplo para a H&M é de 19.
No entanto, o crescimento das vendas da Inditex no terceiro trimestre, entre agosto e outubro, desacelerou para 7%, em comparação com o crescimento de 16% no segundo trimestre. O clima quente fora de época pode ter afetado as vendas em vários mercados, disse Patricia Cifuentes, analista sênior da divisão de títulos da gestora de fundos espanhola Bestinver.
A Inditex também vê os impactos cambiais de um euro mais forte prejudicando as vendas em 4% este ano, acima dos 3,5% esperados anteriormente.
Embora tenha reduzido o número total de lojas, a Zara planeja abrir mais lojas nos Estados Unidos, seu segundo maior mercado, e o grupo está investindo em novas tecnologias de segurança e de caixa para reduzir pela metade o tempo que os clientes levam para pagar suas compras nas lojas físicas.
Os resultados da Inditex foram divulgados um dia depois que a empresa foi forçada a retirar uma campanha da Zara que desencadeou pedidos de boicote depois que alguns viram as imagens de estátuas envoltas em branco como semelhantes aos cadáveres em mortalhas em Gaza.
Escrito por Reuters
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