Irã estabelece mais 2 meses para Europa salvar acordo nuclear
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Por Parisa Hafezi
DUBAI (Reuters) - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, deu mais dois meses para as potências europeias salvarem o acordo nuclear de 2015, mas alertou, nesta quarta-feira, que a República Islâmica continua se preparando para novas violações consideráveis do pacto se os esforços diplomáticos fracassarem.
O comunicado veio no momento em que as autoridades iranianas pareceram acolher com cautela uma proposta francesa para salvar o pacto oferecendo ao Irã cerca de 15 bilhões de dólares em linhas de crédito até o final do ano se o país voltar a cumprir o acordo integralmente.
Rouhani disse que as conversas com as potências europeias estão avançando, o que desperta a esperança de ao menos uma pausa em um confronto diplomático entre o Irã e o Ocidente que atiçou tensões já altas na região.
O Irã emergiu de anos de isolamento econômico após acertar um acordo com potências mundiais em 2015 para conter seu programa de desenvolvimento nuclear em troca do alívio das sanções. Mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país do pacto no ano passado, argumentando que ele não foi longe o suficiente, e reativou sanções.
O Irã reagiu com duas medidas que violaram alguns dos termos do acordo, mas diz que ainda pretende salvá-lo.
Rouhani havia ameaçado adotar novas medidas até 5 de setembro a menos que a França e outros signatários europeus do pacto façam mais para proteger seu país do impacto das penalidades dos EUA.
'Acho que é improvável chegarmos a um resultado com a Europa ainda hoje ou amanhã... a Europa terá outros dois meses para cumprir seus compromissos', disse Rouhani, segundo a televisão estatal.
'As conversas entre o Irã e países europeus estão avançando... mas ainda temos que chegar a uma conclusão', acrescentou.
O Irã continuará com seus planos para violar o pacto ainda mais e acelerar suas atividades nucleares, disse o presidente, sem informar um novo prazo.
'O terceiro passo (na redução dos compromissos do Irã) será o mais importante, e terá efeitos extraordinários', disse, segundo a TV estatal.
Essenciais, as vendas de petróleo do regime despencaram mais de 80% por causa das sanções norte-americanas.
Os signatários remanescentes do acordo estão trabalhando para preservá-lo, já que creem que ele reaproximará o Irã da comunidade internacional e o impedirá de desenvolver uma bomba nuclear.
Teerã vem repetindo que seu programa nuclear visa a geração de eletricidade e outros fins pacíficos.
(Por Parisa Hafezi e Redação Dubai)
Escrito por Reuters
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