Os álbuns que David Bowie classificou como seus melhores e piores
Por mais que seja uma lenda da música, David Bowie reconhecia os altos e baixos de sua carreira
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A grande maioria dos artistas que fizeram sucesso na década de 1960 ficou famosa com seu primeiro álbum. No caso de David Bowie, não foi bem assim. Sua estreia, lançada em 1967, afundou como uma pedra e não atraiu muita atenção crítica ou comercial no Reino Unido, muito menos em outros países.
Bowie sabia muito bem que sua estreia era um pouco obscura, mas isso tinha funcionado como diferencial de muitos dos artistas contemporâneos, como Marc Bolan e Syd Barrett. No entanto, aparentemente o mundo não estava pronto para os caprichos bizarros das canções do primeiro álbum de Bowie.
Nos aproximamos do décimo aniversário de morte de David Bowie, e mesmo que tenha conquistado cinco décadas de renome mundial e mantido um legado imortal, o ícone não tinha problemas em admitir que o desempenho de sua carreira foi irregular.
Depois de seu primeiro álbum, Bowie demorou um pouco para reestruturar sua visão musical. Para isso, ele buscou estudar as tendências populares e foi gradualmente adaptando sua visão musical aos gostos do público.
Então, as coisas começaram a mudar, em 1969, com o lançamento de “Space Oddity”. Embora o álbum não tenha feito um grande sucesso, o single principal, com o mesmo título, foi programado com perfeição para o pouso da Apollo 11 na Lua e se tornou o primeiro grande sucesso de Bowie.
Seguindo a trajetória, “The Man Who Sold the World" continuou a virar a maré antes do primeiro grande sucesso de Bowie, “Hunky Dory”, uma obra-prima. Depois desse sucesso, Bowie continuou escrevendo seu caminho icônico ao criar seu primeiro alter ego em “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars". Como Ziggy Stardust, Bowie definiu a crescente cena do glam rock e, finalmente, quebrou a América.
As opiniões mais populares são de que “Hunky Dory” e “Ziggy Stardust” são os favoritos dos fãs de Bowie. São destaques inegáveis como "Changes", "Life on Mars?" e "Starman" que evidenciam isso. Ainda assim, seu tempo sob os holofotes estava apenas começando.
Mesmo quem nunca se interessou pela música de Bowie tem dificuldade em negar a abrangência impressionante do artista. Entre "Starman" e "Black Star", Bowie presenteou o mundo com soul, experimentalismo de krautrock, synth-pop e tudo o que havia entre eles. Parecia que quanto mais Bowie brincava com os sons, mais bem-sucedida era sua produção.
“Station to Station” apresentou The Thin White Duke, uma persona de Bowie, no final dos anos 1970, e fez a ponte entre a era do soul e o trabalho mais experimental da aclamada Trilogia de Berlim.
Como muitos fãs, Bowie identificou esse álbum como seu auge criativo. Curiosamente, esse foi um momento extremo em sua vida pessoal, quando o artista lutava contra um vício por cocaína que ameaçava sua vida. Em uma conversa com a Entertainment Weekly, Bowie confessou que "Station to Station” e “Low" são dois de seus álbuns favoritos. "Alguns de meus melhores trabalhos estavam nesses dois álbuns”.
Por outro lado, os maiores arrependimentos discográficos de Bowie vieram depois de “Let's Dance”, um de seus clássicos que chegaram ao topo. Em uma entrevista, ele contou que se sentia insatisfeito com tudo o que estava fazendo e que isso começou a se manifestar em seu trabalho. Para Bowie, “Let's Dance" foi um excelente álbum, mas os dois álbuns seguintes mostraram sua falta de interesse em relação a seu próprio trabalho. “Meu ponto mais baixo foi ‘Never Let Me Down’. Foi um álbum horrível.", admitiu o artista em conversa com Interview.
Lançado em 1987, “Never Let Me Down" foi uma coleção incoerente de músicas. Embora contivesse várias ideias promissoras, a execução sonora do álbum não foi das melhores do cantor. Como Bowie admitiu, ele estava perdido e isso refletiu em seu trabalho.
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Escrito por Maria Leite
SALA DE BATE PAPO