Presidente da CVM diz que órgão está atento a empresas que têm envolvimento de trio da Americanas
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Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, disse nesta terça-feira que o órgão regulador do mercado de capitais está atento às companhias abertas onde há o envolvimento dos investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira após o rombo contábil revelado no início do ano na Americanas, varejista que tem o trio como seus acionistas de referência.
'Sem querer tirar nenhuma conclusão precipitada, eles notoriamente têm políticas bastante agressivas em relação a contabilização de despesas, em relação à ideia de tentar tirar a maior vantagem possível dos prazos de pagamento de fornecedores, e isso tudo faz com que, sim, a gente esteja atento a outras companhias que são controladas por eles', disse.
'Mas também volto a dizer: neste momento a gente não tem nenhuma razão para acreditar que isso seja um risco sistêmico e que tenha um efeito dominó para essas companhias', acrescentou.
A declaração foi dada durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para tratar do rombo contábil revelado em janeiro na Americanas, que levou a varejista a um pedido de recuperação judicial.
Além de serem acionistas de referência da Americanas, Lemann, Telles e Sicupira também são acionistas relevantes da AB Inbev, que controla a cervejaria Ambev.
Nascimento também disse aos senadores que a CVM 'estará atenta' ao preço de emissão que será usado em um eventual aumento de capital da Americanas por parte dos acionistas de referência para resguardar os direitos das pessoas que colocaram sua poupança em ações da companhia.
Antes da divulgação das inconsistências contábeis pela Americanas, as ações da empresa eram negociadas na casa dos 12 reais na B3. Nesta terça, os papéis eram cotados a 1,02 real e, na mínima registrada após o anúncio do rombo, chegaram a valer 0,64 real.
Em sua fala, o presidente da CVM também disse que o órgão regulador tem mantido contato próximo com outras empresas varejistas que têm o capital aberto, mas que também a avaliação inicial da autarquia é de que a crise da Americanas é um caso isolado e que não há risco sistêmico neste setor.
Escrito por Reuters
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