Raízen e BYD fecham acordo para avançar em recarga de veículos elétricos no Brasil
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Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - A Raízen e a montadora chinesa BYD vão construir 'hubs' de recarga elétrica em oito capitais brasileiras, como parte de um projeto conjunto que visa impulsionar o mercado de veículos elétricos que vem ganhando tração no país, disseram as empresas à Reuters.
O acordo prevê a instalação de 600 pontos de recarga rápida pelo país com a marca Shell Recharge nos próximos três anos, à medida que a Raízen busca ter 25% desse mercado. Os equipamentos somam juntos mais de 18 megawatts (MW) de potência instalada, e serão alimentados com energia de fontes renováveis fornecida pela Raízen Power, braço de energia elétrica do grupo.
Receberão os pontos as cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Belém (PA), escolhidas com base em previsões de crescimento do mercado e na quantidade de usuários que demandam mais recargas, como motoristas de aplicativos.
As empresas não informaram o valor dos aportes envolvidos no projeto.
A criação desses 'hubs' em importantes centros urbanos atende à necessidade de mais infraestrutura de recarga para fazer frente à expansão de um mercado ainda pequeno no Brasil, mas que se mostra promissor na visão das duas empresas.
'O Brasil tem uma transição (energética) que é diferente de outros países, porque já tem uma solução muito boa no carro híbrido, no carro a etanol, mas ela virá, vai acontecer', ressaltou o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, em conversa com a Reuters.
Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD no Brasil, afirmou que o acordo ocorre em um momento 'estratégico' para a montadora, que rivaliza com a Tesla como a maior fabricante mundial de carros elétricos e que deverá começar a produzir no Brasil a partir deste ano, com investimentos de 3 bilhões de reais.
'Vai ser bastante importante, culturalmente, para mostrar para as pessoas que esse investimento, ele vai acontecer... A BYD escolheu o Brasil como o segundo país do mundo para ser aquele que ela vai investir, que ela vai crescer', disse Baldy.
Os emplacamentos de veículos elétricos bateram recorde no ano passado, segundo a associação ABVE, somando quase 94 mil unidades. As vendas da BYD no país cresceram quase 70 vezes no ano, alcançando 18 mil veículos, e em janeiro deste ano a montadora já vendeu 4.299 carros.
CUSTOS COMPETITIVOS E QUALIDADE
A parceria segue um acordo de cooperação estratégica firmado em 2022 pela Shell, uma das principais acionistas da Raízen, e BYD para ajudar a acelerar a transição energética e melhorar a experiência de recarga para clientes de veículos elétricos e híbridos 'plug-in' da BYD no mundo.
O projeto brasileiro contará com experiência e aprendizados que as empresas já tiveram em outras partes do mundo, observa Mussa, ressaltando que a marca Shell garante confiabilidade e qualidade na recarga, o que é essencial para preservar a bateria e prolongar a vida útil do automóvel.
Uuários de veículos da BYD terão benefícios ao utilizar a rede Shell Recharge, pagando preços menores pelo serviço e obtendo bonificações, por exemplo.
'O fato de a gente (Raízen) ser uma empresa integrada, a gente vai sim conseguir entregar um custo sempre competitivo para o cliente final. Se não for competitivo, não temos a fidelização do cliente', destacou o CEO.
O mercado de eletromobilidade vem ganhando importância para a Raízen à medida que a gigante brasileira de açúcar e etanol e distribuição de combustíveis busca oferecer novas soluções sustentáveis para seus clientes no contexto de transição energética.
A companhia mira ter 25% de participação de mercado no segmento e vem fazendo investimento nos últimos anos através da Raízen Power, como a compra da rede de recarga da startup Tupinambá.
'Para a gente, ser pioneiro é muito importante... Esse mercado é parte fundamental da nossa estratégia de crescimento, é fornecer uma opção para o cliente, seja ela qual for, gasolina, etanol, diesel ou eletricidade', afirmou Mussa.
(Por Letícia Fucuchima)
Escrito por Reuters
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