Sam Bankman-Fried alega inocência em caso de fraude da FTX
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Por Jack Queen e Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Sam Bankman-Fried se declarou inocente nesta terça-feira em relação a acusações criminais de que enganou clientes da corretora de criptomoedas FTX e causou bilhões de dólares em prejuízos no que os promotores chamaram de fraude épica.
O réu de 30 anos apresentou sua declaração por meio de advogado. Ele é alvo de oito acusações criminais, incluindo fraude eletrônica e conspiração para cometer lavagem de dinheiro e violar as leis de financiamento de campanha eleitoral, perante o juiz distrital dos Estados Unidos Lewis Kaplan, do tribunal federal de Manhattan.
Kaplan marcou a data do julgamento do ex-presidente da FTX para 2 de outubro. Danielle Sassoon, promotora federal, estimou que um julgamento pode levar quatro semanas e disse que o governo norte-americano em breve entregará centenas de milhares de documentos de provas aos advogados de defesa.
Bankman-Fried é acusado de roubar bilhões de dólares em depósitos de clientes FTX para apoiar seu fundo de hedge Alameda Research, comprar imóveis e fazer doações eleitorais de milhões de dólares.
'Os fundos dos clientes também foram usados e lavados por meio de doações políticas, doações de caridade e uma variedade de investimentos de risco', disse Sassoon na audiência. Ele acusou Bankman-Fried de 'embalar os clientes da FTX com informações falsas' de que seus ativos estavam seguros depois que a corretora entrou em colapso.
Bankman-Fried, de barba feita, usou um terno azul, camisa branca, gravata azul pontilhada e uma mochila no tribunal - muito diferente dos shorts e camisetas com os quais ele ficou conhecido enquanto comandava a FTX das Bahamas.
Ele não falou com o juiz durante a audiência, mas falou em particular com seus advogados. Ele apertou a mão de um dos promotores antes da audiência e, assim que a acusação foi concluída, ele abordou os desenhistas presentes no tribunal para comentar sobre seu trabalho.
O graduado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) pode pegar até 115 anos de prisão se for condenado.
Bankman-Fried se aproveitou do boom no valor das moedas digitais para montar um patrimônio líquido estimado em 26 bilhões de dólares e se tornar um doador político influente nos Estados Unidos.
Mas a FTX entrou em colapso no início de novembro após uma onda de saques de clientes e pediu recuperação judicial em 11 de novembro, arruinando a fortuna de Bankman-Fried. Mais tarde, ele disse que tinha 100 mil dólares em sua conta bancária.
Bankman-Fried foi extraditado no mês passado das Bahamas, onde morava e onde a FTX mantinha sede.
Desde sua libertação da prisão nas Bahamas sob fiança de 250 milhões de dólares em 22 de dezembro, Bankman-Fried foi submetido a monitoramento eletrônico e obrigado a morar com seus pais, Joseph Bankman e Barbara Fried, ambos professores da Escola de Direito de Stanford, na Califórnia. Fried compareceu à audiência de seu filho nesta terça-feira.
Kaplan atendeu ao pedido de Bankman-Fried para não divulgar os nomes de dois co-signatários adicionais do pagamento da fiança.
Os advogados de Bankman-Fried disseram que seus pais, que co-assinaram a fiança, receberam ameaças físicas desde o colapso da FTX, e que outros co-signatários podem enfrentar assédio semelhante, a menos que seus nomes sejam mantidos em segredo.
O juiz também impôs uma nova condição para a fiança, dizendo que Bankman-Fried não pode acessar os ativos da FTX ou da Alameda. Isso aconteceu depois que Sassoon disse que seu escritório estava investigando relatos de que fundos adicionais foram transferidos das carteiras de criptomoedas da Alameda.
Escrito por Reuters
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