Trump chama avaliação da CIA sobre assassinato de Khashoggi de prematura, mas possível
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Por Julia Harte e Steve Holland
WASHINGTON/MALIBU, Califórnia (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou no sábado como 'muito prematura' uma avaliação da CIA culpando o príncipe saudita Mohammed bin Salman pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi e disse que receberá um relatório completo sobre o caso na terça-feira.
Trump, em uma viagem à Califórnia, disse que a morte 'nunca deveria ter acontecido'. O relatório na terça-feira vai explicar quem o governo dos EUA acredita que matou Khashoggi e qual foi o impacto geral de seu assassinato, disse Trump. Não ficou claro quem está produzindo tal documento.
Trump também disse que a descoberta da CIA de que Bin Salman foi responsável pela morte era 'possível'.
Trump fez as declarações horas depois que o Departamento de Estado disse que o governo ainda estava trabalhando para determinar a responsabilidade pela morte de Khashoggi, um colunista do Washington Post baseado nos Estados Unidos.
'Relatórios recentes indicando que o governo dos EUA chegou a uma conclusão final são imprecisos', disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado. 'Ainda restam inúmeras perguntas não respondidas em relação ao assassinato do Sr. Khashoggi.'
Nauert disse que o Departamento de Estado continuará a buscar fatos e a trabalhar com outros países para responsabilizar os envolvidos na morte do jornalista 'enquanto mantém a importante relação estratégica entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita'.
Trump discutiu a avaliação da CIA por telefone com a diretora da agência, Gina Haspel, e com o secretário de Estado, Mike Pompeo, enquanto viajava para a Califórnia no sábado, disse Sarah Huckabee Sanders, porta-voz da Casa Branca, a repórteres.
A CIA havia informado outras partes do governo dos EUA, incluindo o Congresso, sobre sua avaliação, disseram fontes à Reuters na sexta-feira, um desenvolvimento que complica os esforços de Trump para preservar os laços com o principal aliado dos EUA.
Uma fonte familiar com a avaliação da CIA disse que a avaliação se baseou em grande parte em evidências circunstanciais relacionadas ao papel central do príncipe na administração do governo saudita.
A conclusão da CIA é a avaliação mais definitiva dos EUA até o momento ligando o líder de fato da Arábia Saudita diretamente ao assassinato e contradiz as afirmações do governo saudita de que o príncipe Mohammed não estava envolvido.
Khashoggi, um crítico do príncipe herdeiro, foi morto em outubro no consulado saudita em Istambul, quando foi lá buscar documentos de que precisava para seu casamento.
(Reportagem de Makini Brice, Pete Schroeder and Idrees Ali)
Escrito por Thomson Reuters
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