Vacina e shows 2021: pode ser ano decisivo para indústria de espetáculos
Com investimentos pesados nos poucos shows que foram remarcados para esse ano, mercado precisa ganhar confiança novamente
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A indústria fonográfica global foi impactada agressivamente com o advento da pandemia, principalmente no setor de consertos ao vivo. Em 2020, o mercado musical sofreu uma espécie de curto circuito – como continuar os processos interativos entre público e artistas sem perder tantos investimentos, respeitando as novas normas de segurança contra o novo coronavírus? A resposta a curto-prazo foram as lives, porém, será esse o padrão caso não haja resistência no formato presencial?
Em abril do ano passado, a revista americana Rolling Stone realizou uma matéria sobre o quanto vendedores independentes, que acompanham as bandas em turnê, foram devastados pela crise. A coleta de fontes abriu precedentes para uma análise integral de quanto dinheiro foi perdido no ano passado com o mercado de shows presenciais.
De acordo com uma pesquisa da Pollstar, publicada no site Consequence Of Sound, apenas nos Estados Unidos foram mais de 30 bilhões de dólares negativos nessa indústria, o equivalente a cerca de 150 bilhões de reais. A expectativa feita por especialistas, em 2019, era completamente outra: 2020 seria o ano dos espetáculos e a previsão do saldo era um ganho de U$12 bilhões em comparação ao ano anterior. O número divulgado reflete não só o estorno de ingressos, mas também patrocínios, mercadorias, concessões, restaurantes e outros serviços que englobam essa rotatividade monetária. O estudo também declarou que mais de 147 mil negócios foram analisados.
Contudo, ainda há esperança. Com a corrida das vacinas, é possível acreditar que 2021 será o começo de uma árdua caminhada até a estabilidade. Na verdade, a expectativa é que já nos primeiros grandes eventos pós pandemia – aqui no Brasil, seriam o Lollapalooza e o Rock In Rio –, é provável que haja uma busca extraordinária pelos ingressos, porém, primeiro os cidadãos devem sentir confiança que é possível aglomerar novamente, algo complexo de calcular tão cedo no ano. Entretanto, caso em 2021, os números continuem caindo, o formato de lives pode sim se tornar um padrão para a indústria, tornando a participação do público considerável em raros casos.
É possível dizer, com certeza, que tudo dependerá da vacina.
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