Capa do Álbum: Antena 1
A Rádio Online mais ouvida do Brasil
Antena 1
Ícone seta para a esquerda Veja todas as Notícias.

Amy Winehouse: Corpo e Alma

Com apenas dois álbuns lançados em vida, sua fusão de jazz, funk, pop e R&B a tornou uma das maiores artistas do século XXI

Placeholder - loading - Amy Winehouse: Corpo e Alma.Divulgação
Amy Winehouse: Corpo e Alma.Divulgação

Publicada em  

Com um legado icônico deixado em sua breve passagem pela terra, a vida e a obra de Amy Winehouse ficarão eternizadas na música. Ela surgiu numa época em que o neo-soul, tipificado por artistas como Jill Scott, Musiq Soulchild e Maxwell, estava na moda nos EUA, mas era pouco familiar aos ouvidos do Reino Unido. A artista então se apropriou de suas influências e desenvolveu um estilo único e inovador. Com uma voz distinta - que demonstrava seu amor pelo canto jazzístico - e assuntos decididamente pessoais, ela criou um som que a transformou num sucesso inigualável.

Amy foi uma figura extremamente marcante, principalmente devido às suas obras. E, para homenageá-la na data que seria seu aniversário de 40 anos, conheça mais a fundo as histórias de cada projeto feito em vida e póstumo que impactaram sua trajetória musical.


Disco 1: “Frank”

Capa de ‘Frank’.Divulgação
Toque para aumentar

Com o interesse em adentrar a indústria fonográfica e um contrato com a EMI e mãos, Amy começou a trabalhar em seu álbum de estreia no início dos anos 2000. Influenciada pela música afro-americana além de sua idade, seu talento parecia algo novo, marcante e diferente para a gravadora. Supervisionado em grande parte pelo experiente produtor de R&B/hip-hop Salaam Remi, “Frank” representou a alegria e a inocência de um artista lançando seu debut, cheia de ideias.

Lançado em outubro de 2003, este foi um álbum marcante, contendo sucessos como “Take The Box”, “Stronger Than Me”, e a faixa que registra seu humor ácido londrino, canção “Fuck Me Pumps”. O álbum começou com um breve instrumental acompanhado pelo canto scat de Winehouse – se o ouvinte tivesse alguma dúvida, sim, este álbum tinha suas raízes fincadas no jazz. Além disso, uma faixa que mostra uma personalidade ainda de maior inocência da jovem cantora de 20 anos é a delicadeza de canção: “I Heard Love Is Blind”.

Depois do lançamento, seguiram-se uma série de shows ao vivo de sucesso e o álbum alcançou a 13ª posição nas paradas do Reino Unido.


Disco 2: “Back To Black”

É pelo seu segundo álbum, "Back To Black", que Amy Winehouse ficou para sempre lembrada. Lançado em outubro de 2006, ele inaugurou um novo visual e som - com seu vestido de coquetel exibindo suas tatuagens, seu cabelo meio preso, meio solto, com um tufo na parte de cima e seus olhos com um delineado marcante - ela parecia uma clássica cantora de Nova York no final dos anos 1950 com um toque de modernidade.

Muito disso se deveu a sua nova parceria com Mark Ronson, que era o novo prodígio da produção, ao lado de Remi. Ambos transformaram suas faixas em peças de arte com som retrô. A escolha da banda de apoio soul Sharon Jones and the Dap-Kings também foi influenciada pela sonoridade que o grupo tinha, que remetia ao passado. Os arranjos contidos do primeiro álbum se foram, e no segundo álbum estava o soul completo.


Só por conta da temática do single principal "Rehab" que fazia o ouvinte perceber que não havia tropeçado em algum clássico do soul. Fazendo referência a seus heróis Donny Hathaway e Ray Charles, Winehouse, sozinha, trouxe o R&B tradicional para as massas dos anos 2000. O tema do álbum era profundo e íntimo, refletindo sobre relacionamentos pessoais e vícios.

"You Know I'm No Good" trazia todas as características de arranjo de grupos femininos clássicos; e "Tears Dry On Their Own", a fusão bem-sucedida de Remi da angústia do rompimento de Winehouse com "Ain't No Mountain High Enough" de Marvin Gaye e Tammi Terrell, é outro destaque notável. A faixa-título é uma das performances vocais mais comoventes da década.


A realidade é que o álbum inteiro é uma obra-prima e, como um todo, foi um grande sucesso em ambos os lados do Atlântico. Em 2008, Winehouse conquistou cinco prêmios na cerimônia do Grammy.

Mas, infelizmente, está bem documentado o que aconteceu a seguir. Sua batalha contra o vício em drogas e álcool e sua polêmica relação com Blake Fielder-Civil fizeram com que a cantora definhasse. Todo o seu brilho foi, aos poucos, sumindo, suas apresentações ao vivo tornaram-se cada vez mais caóticas, e os sinais de que ela estava passando por um momento conturbado só aumentavam.

Muitas vezes o que é bom demais para os outros - que, nesse caso, seria nós, o público - é ruim para si. E foi exatamente isso. Esse projeto se transformou num fardo pesado demais para ela. Como ele abordava o término do relacionamento cuja cantora era completamente apegada, no final da vida, Amy se manifestou que cada vez que subia ao palco para cantá-las, todas as suas desilusões voltavam à tona.


Disco 3: “Lioness: Hidden Treasures”

Capa de “Lioness: Hidden Treasures”.Divulgação
Toque para aumentar

Winehouse foi para o Abbey Road Studios em 23 de março de 2011 para gravar um dueto de jazz da canção "Body And Soul" com o grandioso cantor Tony Bennett. Seria a última coisa que ela gravaria. Quatro meses depois, Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa em Camden, vítima de overdose. Ela tinha 27 anos. Aqui passou uma jovem que nasceu para cantar e que entregava músicas que a representavam. Isso foi reforçado pelo lançamento de "Lioness: Hidden Treasures", lançado em dezembro de 2011.

Nunca concebido como uma continuação de "Back To Black", foi uma coleção reunida por Remi e Ronson de demos de estúdio e material inédito, que remonta aos dias anteriores a “Frank” mesclado com sua última gravação, "Body And Soul", dueto com Bennett.

O produtor Salaam Remi disse ao The Sun na época do lançamento de Lioness: "Acredito que ela deixou algo para além de sua idade. Ela reuniu um conjunto de trabalhos que inspirará uma geração que ainda não nasceu. Sinto-me abençoado por fazer parte desse processo, por ter conhecido essa pessoa e por continuar seu legado com este álbum". E o álbum foi uma ótima captura desse legado.

Possivelmente a faixa mais comovente é a última do disco, a sua versão de "A Song For You" de Donny Hathaway - outro artista que perdemos muito jovem, e que foi, como mencionado antes, um dos heróis musicais de Winehouse. Suas palavras finais no álbum são ela dizendo "Marvin Gaye, ótimo, mas Donny Hathaway - ele não consegue se conter. Ele tinha algo nele, você sabe...". O mesmo poderia ser dito de Amy Winehouse.

O legado musical dela permanece intacto, e sua personalidade, capturada para sempre sob seu olhar sofrido, mas esperançoso, continuará encantando e inspirando gerações nos próximos anos. Ela foi e sempre será uma pérola que tivemos no mundo da música. Verdadeiramente única.


Veja também:


BARRY WHITE: A PAIXÃO ILIMITADA DO MESTRE DA CHAMPAIGN SOUL

RELÓGIO DE JOHN LENNON DESAPARECIDO HÁ DÉCADAS É ENCONTRADO E SE TORNA UMA PEÇA VALIOSA ENTRE COLECIONADORES


Descontos especiais para distribuidores

Últimas Notícias

  1. Home
  2. noticias
  3. amy winehouse corpo e alma

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência.