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As infinitas facetas de Boy George

Músico completa 62 anos nesta quarta-feira

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Existem pessoas que nasceram para romper barreiras, e Boy George é uma delas. Desde o início da sua carreira, desafiou o mundo a acompanhá-lo, e não o contrário. Ele se apresentou de forma andrógena, se recusou a se prender a somente uma forma de arte e se manteve autêntico. No seu aniversário de 62 anos, a Antena 1 relembra os principais momento das suas muitas vidas.

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Nascido George Alan O'Dowd na Inglaterra em 1961, é o segundo de cinco filhos. O cantor teve uma infância difícil pois, apesar da companhia de seus familiares, se sentia muito sozinho, e seus pais passavam por dificuldades financeiras.

Durante sua juventude, George aderiu ao movimento musical e cultural dos Novos Românticos. No início da década de 80, jovens do Reino Unido e da Irlanda se vestiam de forma extravagante e escutavam música eletrônica. A prática surgiu como uma resposta à rusticidade promovida pelos Punks, e foi também um resultado da ascensão de David Bowie na época. Maquiagem teatral, roupas andrógenas e o amor pelos sintetizadores em composições eram algumas das características principais do grupo.

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Foi justamente o estilo peculiar do artista que lhe garantiu a carreira musical. O agente Malcom McLaren, que gerenciava os Sex Pistols, ficou impressionado com as suas roupas e o convidou para se apresentar com uma banda de New Wave chamada “Bow Wow Wow”.

A combinação acabou não dando certo, e George decidiu sair do conjunto com o baixista Mikey Craig para fundar seu próprio grupo. Ao lado do baterista Jon Moss e o guitarrista Roy Hay, nasceu a icônica banda Culture Club.

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O primeiro lançamento oficial dos rapazes aconteceu em 1982, através do disco “Kissing To Be Clever”. O projeto foi muito bem-sucedido para um álbum de estreia, vendendo mais de 4 milhões de cópias. A obra também produziu o hit “Do You Really Want to Hurt Me”, que conquistou o primeiro lugar em vários países, chamando a atenção do público internacional.

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Seu segundo álbum, “Colour By Numbers”, também foi um sucesso. A produção ficou em primeiro lugar no Reino Unido, e foi responsável por outro single internacional. “Karma Chameleon” ocupou o topo das paradas em mais de dezesseis países.

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Apesar do êxito do grupo, os bastidores não refletiam essa prosperidade. No final da década de 80, George havia desenvolvido um vício em substâncias ilícitas; mais especificamente, a heroína. Ele só buscou tratamento depois que perdeu vários amigos que também faziam uso da substância. Por causa deste e outros problemas internos da banda, o Culture Clube chegou ao fim com quatro álbuns lançados.

Depois de se internar em uma clínica de reabilitação, o vocalista retornou aos estúdios com uma carreira solo a partir de 1987. Ele continuou deixando sua marca no Reino Unido, e chegou a fundar sua própria gravadora, chamada More Protein, para ter mais liberdade criativa nas letras que escrevia. No início dos anos 90, George passou a compor sob diferentes pseudônimos, como Angela Dust.

Na mesma época, começou a experimentar a música a partir de uma nova perspectiva: como DJ. O grupo de rave Fantazia o contratou para fazer um disco de remixes, e o produto final recebeu diversas certificações no Reino Unido. Além disso, ele lançou vários singles de dance music, como “Love Is Leaving” e “When Will You Learn”.

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A próxima área a ser desbravada foi a atuação. Nos anos 2000, ele integrou o elenco do musical “Taboo”, que se apresentava em Londres. Além de marcar presença nos palcos, ele escreveu e foi um dos produtores da obra. A peça era sobre o próprio Boy George em meio à cultura dos Novos Românticos durante os anos 80.

Em 2005, se aventurou no mundo do design de moda ao criar a linha “B RUDE”. A coleção de estreia fez parte da New York Fashion Week, e, seguindo os passos do autor, trouxe roupas coloridas, cabelos espetados e maquiagem chamativa.

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Por fim, Boy George também não teve medo de se jogar na fotografia. No ano de 2013, ele organizou uma exposição dos seus trabalhos, e realizou a mostra durante o festival Homotopia em Liverpool. O catálogo contava com retratos de pessoas próximas, imagens de personagens criados por ele, e registros de pinturas. A coleção uma celebração da sua sexualidade e da sua história.

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É importante lembrar que, no meio de todos esses empreendimentos, ele não deixou de continuar produzindo, gravando e lançando novas músicas. A criatividade sempre transbordou de Boy George, e isso lhe deu a oportunidade de explorar todos os campos que teve vontade. Ele até pode sentir alívio ao se expressar, mas o verdadeiro vencedor é o público, que tem acesso a todos os cantos da sua mente astuta.

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Escrito por Hadass Leventhal

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