De astrofísico a astro do rock, Brian May é o aniversariante do dia

Com uma carreira dupla, na ciência e na música, o guitarrista de uma das maiores bandas de todos os tempos, Brian May comemora 76 anos nesta quarta-feira (19). O músico é referência quando há menção a grandes astros do rock’n’roll. Com seus cachos marcantes e inteligência aguçada, May sempre se mostrou como um ponto fora da curva. A Antena 1 foi atrás de grandes momentos da trajetória do artista, além de selecionar para você os grandes sucessos que ele compôs para a banda Queen.

Desde criança, May tinha interesse em dois assuntos: música e ciência. Seu intelecto era matemático, ordenado e também bastante criativo. Há relatos de que costumava entreter seus pais escrevendo monólogos sobre as estrelas e tocando instrumentos, como piano e guitarra. Colecionador, o astro adquiriu brinquedos, gibis, caixas de fósforos e, em pouco tempo, uma câmera e um telescópio, este último construído em casa. Ele sempre foi também um bom inventor.

Na sua adolescência, May continuou a se aprimorar na guitarra, pegando uma emprestada aqui e ali. À medida que o seu talento se expandia, cada vez mais, ele se incomodava de não ter um instrumento próprio, porque era incapaz de pagar por um.

Na primavera de 1963, aos 15 anos de idade, ele e seu pai decidiram construir o seu próprio instrumento. Projetar e construir uma guitarra elétrica do zero não foi uma tarefa fácil, embora a formação em engenharia de seu pai, Harold May, e a mente matemática de Brian tenham contribuído com a eficiência do processo. O projeto durou 18 meses e, assim, surgiu uma das guitarras mais famosas da história do rock 'n' roll, a Red Special.

Em 1964, May já estava se acostumando com a sua nova guitarra e se dedicou a tornar realidade o seu sonho de carreira, formando uma banda chamada ‘1984’ - nome tirado do romance de George Orwell. Seu principal parceiro era o vocalista e baixista Tim Staffell.

Naquele mesmo período, a família do adolescente Farrokh Bulsara, de 17 anos, decidiu se mudar de Zanzibar devido a violências no país, que ambientava uma fase revolução. Apelidado de Freddie, esse jovem era um pianista, aspirante a artista e músico. A família Bulsara se alocou em Londres para recomeçar a vida, numa pequena casa no bairro de Feltham, a apenas alguns metros de distância da casa de Brian May.

De vizinhos a uma amizade histórica, que levou a formação de uma das maiores bandas já existentes, o Queen. A sugestão de um nome para a nova banda, composta por Roger Taylor na bateria, John Deacon no baixo, Freddie nos vocais e May na guitarra, veio de Freddie.

A palavra ‘Queen’ foi inspirada na comunidade hippie centrada em Kensington Market, Londres, que incluía proeminentemente a cultura gay – onde o vocalista se encontrava. Naquele mesmo período, Freddie havia acabado de escrever uma música chamada "My Fairy King", que incluía a frase "Oh Mother Mercury, o que você fez comigo?". A conclusão deste single refletiu em uma nova mudança intensa em sua identidade: de nome artístico. Então, foi assim que o mundo foi apresentado a Freddie Mercury e a banda Queen.

A nova banda fez uma série de shows na região de Londres e garantiu algum tempo de estúdio para criar uma primeira demo. Em 1973, o sucesso moderado do primeiro álbum, intitulado “Queen”, que incluía as faixas "Keep Yourself Alive" e "Seven Seas of Rhye”, levou a uma turnê pela Inglaterra nos últimos meses do ano.

E a banda não parou por aí: sucessos atrás de sucessos, rotina repleta de shows… E May precisou fazer a sua escolha entre a ciência e a música. Ele abandonou os estudos da astronomia, por um tempo, para se dedicar ao rock 'n' roll. Logo, os membros do Queen se tornaram super estrelas internacionais. Brian escreveu grandes sucessos para a banda, como “We Will Rock You”, “Fat Bottomed Girls” e “'39”, ajudando a aguçar a paixão de todos pela icônica banda de rock.

Além disso, ele criou as canções “Hammer To Fall”, “Keep Yourself Alive”, “Flash”, “The Show Must Go On” e “Who Wants To Live Forever”, que todo fã do Queen aprecia como grandes obras clássicas.

Atualmente, ele é o Dr. Brian May obteu o seu título de PhD em astrofísica, em 2007, pelo Imperial College London. May colaborou na equipe de sondas espaciais New Horizons da NASA, no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, e trabalha em muitos projetos científicos.

Sim, a superestrela do rock clássico consegue, além de agitar estádios e arenas cheias de fãs, ser um estudioso bem sucedido em astrofísica. Mesmo enquanto trabalhava como artista musical, a sua genialidade versátil buscava se manter ativa entre estudos alternativos, montagens de guitarras e descobertas de diferentes sonoridades no estúdio. Foi assim que ele se tornou um dos ídolos mais autênticos de todos os tempos.

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