O que está acontecendo com a música atual? Sting responde!
Descubra a Verdade por Trás da Música Pop Moderna
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Quando você escuta uma música pop hoje em dia, percebe algo diferente? Ao observar as novas tendências de composição, fica evidente que algo está desaparecendo das canções: a ponte musical. Para quem não sabe, a ponte é uma seção que, geralmente, surge após o refrão e serve como uma transição entre diferentes partes da música. Ela pode servir como um momento de destaque para os músicos ou dar ênfase a algo específico da narrativa. Ao longo do texto, darei exemplos para esclarecer melhor.
Mas a grande questão é: por que a ponte está sumindo na música moderna? Para muitos amantes do pop, a ponte é o momento em que a música realmente se eleva, libertando-se dos versos e refrões, distorcendo melodia e letra de formas inesperadas para, nas mãos dos maiores compositores, retornar artisticamente ao refrão final, transformando a música diante de nossos ouvidos.
Essa questão foi abordada por Sting em uma entrevista a Rick Beato que está viralizando nas redes sociais. Ele comentou sobre o desaparecimento da ponte e sua importância na música: "Na música moderna, a ponte desapareceu. Para mim, a ponte é terapêutica. Você estabelece uma situação na música: (por exemplo) minha namorada me deixou, estou solitário. Refrão – estou solitário. Você repete isso. Então chega a ponte e um acorde diferente entra. Você pensa: talvez ela não seja a única garota no quarteirão, talvez eu devesse procurar em outro lugar. Essa mudança de perspectiva traz uma mudança fundamental: as coisas não estão tão ruins. A estrutura é terapia”.
O músico do The Police conclui: “Na música moderna... a maior parte dela... você fica preso em um círculo, uma armadilha. Ela gira e gira, se encaixa na próxima música, mas você não sente a liberação que deveria nos tirar das crises, e estamos em crise. O mundo está em crise: uma crise política, uma crise pandêmica, uma crise climática. A música precisa nos mostrar uma saída. A música moderna não está fazendo isso no momento. Estou buscando soluções. Quero ver como podemos sair disso".
Em "Careless Whisper" de George Michael, o solo de saxofone leva perfeitamente a uma ponte ("Tonight the music seems so loud") onde o cantor finalmente revela seus verdadeiros sentimentos, lançando o refrão final sob uma nova luz mais magoado. Os Beatles eram mestres absolutos dessa forma, e seu uso de pontes continua sendo o padrão-ouro na criação de canções pop, como o pico emocional de "Why she had to go" em "Yesterday".
O pop é um formato em constante mudança que se adapta às necessidades dos ouvintes no presente, não às exigências dos teóricos. Mas será que a ponte corre realmente o risco de extinção? Uma ponte bem construída pode ser a diferença entre uma boa música e uma ótima. Mas em um novo mundo, com canções não podendo passar de dois minutos, quem ainda tem tempo para construir pontes?
Vídeos curtos e trechos de músicas se tornaram grandes forças na criação de singles de sucesso, impulsionando a tendência para músicas mais curtas, simples e amigáveis aos memes, que vão direto ao refrão e terminam tão rapidamente quanto seus royalties de streaming disparam. Um artigo recente do New York Times sugeriu que a estrutura típica da música moderna começa com um gancho, seguido por outro gancho, e termina com mais um gancho.
Mas, a verdade é que as músicas pop estão ficando mais curtas sob a pressão do streaming e das plataformas sociais, mas talvez não tanto quanto imaginamos. O hit médio da Billboard nos EUA diminuiu 20 segundos nos últimos 10 anos, mas ainda tem cerca de três minutos e 30 segundos (na inchada década de 1990, era mais de quatro minutos).
Embora introduções e outras seções tenham sido comprimidas, a ponte continua prevalente – aparecendo em oito das 15 músicas mais populares no Spotify na década de 2020 até agora. O atual número um no Reino Unido, "Taste" de Sabrina Carpenter, ostenta uma ponte pequena e marcante, mudando o ímpeto da música aos 1:38.
Ela faz parte de uma onda de jovens cantoras e compositoras que claramente adoram pontes, como Billie Eilish, Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Chappell Roan. O instinto humano básico de buscar mudanças nos padrões e encontrar estímulo na variação é algo que o pop praticamente exige.
Então as redes sociais realmente têm a força destrutiva que alguns temem? Claro, é uma plataforma para músicos exibirem seus produtos – mas essas maravilhas de dois minutos ainda precisam prender nossa atenção no resto da música. Mas, no final do dia, ainda existem artistas que compreendem que o ponto alto da experiência musical é esse “êxtase” que a ponte pode trazer!
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