#TBT: 42 anos da morte de Bob Marley
Cantor faleceu em maio de 1981
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11 de maio marca o dia da triste perda de um dos principais nomes do Reggae. Bob Marley faleceu há exatos 42 anos por conta de um câncer que havia tomado conta do seu corpo. É em sua homenagem, inclusive, que o Brasil comemora hoje o Dia do Reggae.
Entretanto, seu legado vai muito além da música. Marley deve ser lembrado como um porta voz do movimento rastafári, um defensor da justiça social e um mensageiro da paz e do amor. Sua vivência como um músico jamaicano espiritualizado e imigrante nos Estados Unidos lhe deu uma perspectiva pouco usual em uma indústria predominantemente ocidental.
O cantor se interessava por música desde a adolescência, fase em que montou sua primeira banda, chamada’ Wailing Waters’. Ele, junto com seu meio-irmão Bunny, lançou seu primeiro single, “Simmer Down” em 63, e se consolidou na cena musical jamaicana.
Apesar do sucesso, ele se mudou com a família para os Estados Unidos pouco tempo depois por razões financeiras. Porém, após ter dificuldade em encontrar um emprego, Bob decidiu voltar para sua terra natal. Foi nesse retorno que ele entrou em contato com o movimento rastafári, que mudaria completamente sua abordagem musical.
Enquanto estava fora, o artista perdeu a visita do imperador da Etiópia Haile Selassie, que popularizou a religião. O monarca era uma figura central do movimento – se descrevia como herdeiro direto da dinastia salomônica. Em um continente cuja história era marcada por genocídios, invasões de colonizadores e instabilidade política por conta de intervenções externas, a coroação de um homem negro como membro da realeza tinha uma grande importância.
O nome ‘Ras Tafari’ significa “Príncipe da Paz” em amárico, e surgiu depois que Selassie se posicionou abertamente contra as teorias racistas e conflitos que fundamentariam a Segunda Guerra Mundial em frente à Liga das Nações, no ano de 1936.
O rastafarianismo, consequentemente, prega a não-violência. O movimento também defende o uso de roupas largas com tecido de algodão colorido, poucas interferências no corpo humano, a manutenção de dreadlocks, e o consumo de plantas medicinais.
É a partir desta perspectiva pan-africana que Bob reinventa sua carreira musical. Suas composições passaram a abordar questões sociais e espirituais. Determinado a espalhar sua música pelo mundo, o músico montou o grupo “The Wailers”, e realizou diversas turnês pela Europa e Estados Unidos.
Com o passar do tempo, a banda conquistou a fama internacionalmente, e Marley fez questão de compartilhar os benefícios materiais com aqueles ao seu redor. Em Kingston, capital da Jamaica, viveu em uma mansão onde atendia pedidos de familiares, amigos e pessoas desafortunadas. Ele constantemente doava dinheiro, comida e fornecia abrigo aos necessitados.
Em 1980, saiu em mais uma turnê pela Europa para promover o disco “Uprising”, que foi muito bem recebido comercialmente. Os músicos chegaram a reunir mais de cem mil espectadores em uma noite.
Quando chegaram nos Estados Unidos para continuar o projeto, logo depois do segundo show, Marley teve um mal-estar. Ele descobriu um câncer de pele na unha do dedão do pé, mas se não seguiu as orientações médicas de amputar o membro por causa da filosofia rastafári. Para ele, modificar seu corpo afetaria sua dança e interromperia o auge da sua carreira.
Eventualmente, ele mudou de ideia e tentou tratar a doença, mas ela já havia se espalhado para seu cérebro, pulmão e estômago. O músico quis viajar à Jamaica para ter últimos momentos com sua família e amigos, mas teve que ser internato às pressas em um hospital de Miami. Ele faleceu aos 36 anos na companhia de sua mão.
Bob Marley foi o protagonista de uma história rica, e defensor de uma ideologia mais valiosa ainda. Autêntico do início ao fim, ele é um símbolo de força e resistência, suas canções permanecem pertinentes e atuais.
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Escrito por Hadass Leventhal
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