Alemanha: 'pandemia dos não vacinados' deixa profissionais de saúde no limite
No país europeu, o cenário é preocupante: infecções recordes, hospitais lotados e profissionais de saúde exaustos
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Em meio à quarta onda de covid-19 na Alemanha, a enfermeira Sandra Reimann está sob extrema pressão.
Unidades de terapia intensiva - como esta onde ela trabalha - estão sobrecarregadas.
ENTREVISTA COM SANDRA REIMANN - enfermeira-chefe
"Acho que ainda teremos um tempo bem difícil por aqui, e de alguma forma teremos que lidar com isso juntos. Não temos alternativa, é simplesmente assim". E não posso ser negativa. Eu tenho, pelo menos. Ainda não posso dizer se vai dar certo. No momento, está tudo um pouco difícil".
As infecções por covid-19 na Alemanha atingiram seu nível mais alto. Só dois terços dos que vivem no páis estão vacinados.
Todos estes pacientes hospitalizados não tomaram a vacina. [imagem que mostra os pacientes internados em unidades intensivs de terapias]
ENTREVISTA COM WILMA KLINK - Médica clínica geral
"É claro que nos perguntamos: 'por que esses pacientes não se vacinaram?'. Não se trata do fato de agora termos mais trabalho ou nos sentirmos exaustos, mas por que alguém se expõe tão delibeadamente a esse risco?".
A Alemanha perdeu cerca de 4 mil leitos de UTI desde o início de 2021.
Muitos enfermeitos deixaram seus empregos devido ao excesso de trabalho e salários baixos. Os raros casos bem-sucedidos mantém a enferemeira, Sandra, motivada.
ENTREVISTA COM SANDRA REIMANN - enfermeira-chefe
"Tivemos esses momentos em que recebemos fotos de pacientes, em que eles depois voltaram a se levantar, e voltaram a caminhar, e foram para casa, para suas famílias".
Todos os dias, a equipe lembra a si mesma por que o esforço vale a pena.
ENTREVISTA COM WILMA KLINK - Médica clínica geral
"Por cada vida humana vale a pena lutar. E mesmo que eu só possa salvar um em cada dez, tratarei todos os outros com a mesma intensidade, e então terá valido a pena também por essa única vida [que foi salva]".
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Escrito por DW
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