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Gigante do Jazz Rebaixa os Beatles: O triunfo de Louis Armstrong

Descubra como o cantor, com sua voz única e inconfundível, desafiou a hegemonia dos queridinhos britânicos com "Hello, Dolly!"

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No dia 09 de maio de 1964, o cenário musical viu uma mudança histórica na Billboard Hot 100. Louis Armstrong, com seu single "Hello, Dolly!", destronou os Beatles, encerrando uma sequência impressionante de 14 semanas consecutivas da banda britânica no topo das paradas. Este feito notável marcou a primeira vez que três singles dos Beatles, incluindo o fenomenal "I Want to Hold Your Hand", dominaram por um período tão extenso.

"Hello, Dolly!", canção-título do musical de Broadway de mesmo nome, escrita por Jerry Herman e produzida por Michael Kapp, não só alcançou o sucesso imediato, mas também ganhou prêmios de "Música do Ano" e "Melhor Performance Vocal Masculina" no Grammy de 1965, e foi posteriormente incluída no Grammy Hall of Fame em 2001.

O sucesso da música foi impulsionado significativamente pelo seu vínculo com a popular peça teatral. Segundo Ricky Riccardi, historiador e músico, a popularidade da música foi tão grande que, inicialmente, Armstrong nem percebeu seu impacto. Arvell Shaw, baixista de longa data de Armstrong, contou: "Estávamos tão longe que ele nem percebeu que tinha feito um grande sucesso", referindo-se à reação do público que pedia incessantemente pela canção durante as apresentações.

A entrada de "Hello, Dolly!" na Billboard Hot 100 em 15 de fevereiro de 1964 coincidiu com o auge dos Beatles, que naquela época adornavam a capa da revista. No entanto, apenas uma semana depois, Armstrong já começava a ganhar seu próprio destaque na mídia. A música rapidamente subiu nas paradas, evidenciando a diversidade e o apelo universal da música americana, mesmo em meio à invasão britânica.

Armstrong, com sua icônica voz rouca, expressou seu afeto pela canção em uma entrevista à Newsweek: "Gosto dessa música. Tem uma sensação boa, é boa e feliz". Ele destacou a simplicidade e autenticidade de sua gravação, ressaltando: "Joguei do jeito que sou, do jeito do Satchmo. O povo não esquece aquela batida antiga. Eles conhecem a essência e é Satchmo". Neste mesmo momento, Ed Sullivan elogiou o jazzista em uma coluna do New York Daily News de 15 de maio de 1964, reiterando “aquela famosa voz de cascalho e veludo” que conquistou os EUA.

Quanto aos artistas que então ocupavam o topo do Hot 100, Armstrong acrescentou: “É muito bom estar lá entre todos eles, os Beatles”. E, por sua vez, os ingleses retribuíram o carinho, tocando um pouco de “Hello, Dolly!” em uma mensagem de feriado de 1964 e depois tocando num “jam session” durante o Get Back em 1970.

Ao alcançar o topo das paradas, Armstrong não só encerrou o domínio prolongado dos Beatles, mas também se tornou o artista mais velho a liderar o Hot 100 aos 62 anos, um recorde que ele manteve até recentemente. Após "Hello, Dolly!", Armstrong continuou a impactar as paradas da Billboard, com o álbum do mesmo nome dominando a Billboard 200 e a música dando início a uma série de sucessos no Top 10 Adulto Contemporâneo - como “What a Wonderful World”, onde ficou no topo por 9 semanas.

Louis Armstrong faleceu em julho de 1971, mas seu legado perdura. Recentemente, sua coleção "Gold" alcançou posições de destaque nas paradas, reafirmando seu impacto duradouro na música mundial. Com "Hello, Dolly!", Armstrong não apenas desafiou a dominância dos Beatles, mas também demonstrou a eterna ressonância e diversidade da música americana.

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