TBT: Há 39 anos, Tina Turner emplacava "What´s Love Got to Do with It" nas paradas dos EUA

Em 1984, Tina Turner estava fazendo história em sua carreira: pela primeira vez, ela conquistou o 1º lugar nas paradas musicais dos Estados Unidos. No entanto, é curioso que a Rainha do Rock'n'Roll tenha alcançado esse feito com uma música que não pertencia ao gênero rock - e esse fato quase atrapalhou o lançamento da música.

O single permaneceu nas paradas da Billboard por 28 semanas, com três delas no topo, tornando-se um dos maiores sucessos de Turner em sua carreira solo. A música recebeu o certificado de ouro, e o álbum em que foi incluída, "Private Dancer", ultrapassou a marca de 5 milhões de unidades vendidas. Além disso, a música inspirou uma cinebiografia de mesmo nome sobre Turner, na qual a atriz principal, Angela Bassett, foi indicada ao Oscar. Entretanto, naquela época, poucos poderiam ter previsto o retorno triunfante de Tina Turner em 1984 - e talvez a própria Turner não tenha esperado por isso.

A carreira da cantora, que teve início nas décadas de 1960 e 1970, foi marcada por sucessos ao lado de seu marido, Ike Turner. A dupla lançou músicas como "River Deep-Mountain High" e "Proud Mary", que os tornaram grandes fenômenos na indústria fonográfica.

No entanto, foi revelado que ela viveu um casamento tóxico e abusivo com Ike por anos. A violência que Tina enfrentou veio à tona na década de 1980, após sua dispensa pela gravadora Capitol Records. Esse relacionamento turbulento finalmente chegou ao fim quando eles saíram em turnê juntos em 1975, e Tina decidiu deixá-lo de vez.

Ela afirma que, com apenas 36 centavos em seu bolso, literalmente escapou de Ike enquanto ele dormia em um quarto de hotel em Dallas e procurou refúgio na casa de um amigo. Ela encontrou um bom advogado que comprou uma passagem de avião para Los Angeles. Embora Tina, junto com Ike, tenha acumulado uma série de sucessos de R&B entre 1960 e 1975, a música era a última coisa em sua mente naquela época.

No início dos anos 80, o público testemunhou o renascimento da artista. Optando por uma abordagem mais corajosa de rock e blues, Turner impressionou Rod Stewart, que a contratou para abrir sua turnê pelos EUA em 1981, e depois ganhou o apoio de figuras como os Rolling Stones e David Bowie para gravar um novo projeto. Em 1983, ela assinou um contrato de singles com a Capitol Records, sua antiga gravadora.

Em novembro daquele ano, quando Tina tinha 44 anos, a Capitol lançou seu álbum de estreia na gravadora. O primeiro single, lançado em novembro de 1983, foi um remake atualizado do clássico soul/groove de Memphis dos anos 70 de Al Green, "Let's Stay Together". Em fevereiro do ano seguinte, "What's Love Got To Do With It" foi apresentado ao mundo.

Entretanto, Tina inicialmente rejeitou a música. Ela estava cautelosa quanto ao fato de o single se encaixar mais no gênero pop do que em seu típico R&B e rock, chegando ao ponto de chamá-la de "terrível", de acordo com o documentário de 2021, "Tina." Além disso, o filme revela que a faixa só foi lançada devido à insistência de seu empresário, Roger Davies, para que a artista conhecesse o produtor musical Terry Britten.

O produtor se juntou ao engenheiro de som John Hudson para retrabalhar a faixa e adaptá-la ao estilo de Tina, convencendo-a a cantá-la com um tom mais suave do que o habitual. E funcionou! A música "What's Love Got to Do With It" ganhou três Grammys, incluindo Gravação do Ano, Canção do Ano e Melhor Performance Vocal Pop Feminina.

Depois, a cantora continuaria acumulando singles de sucesso e grandes álbuns, mas nenhum, talvez, foi tão significativo quanto “Private Dancer”. Foi um álbum marcante que a transformou de forma convincente em uma diva pop superstar cujas vendas rivalizaram com as de Madonna nos anos 80. Décadas depois, o álbum continua sendo um lembrete poderoso do imenso e único talento vocal de Tina Turner.

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