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TBT: Há 41 anos, "The Wall" do Pink Floyd foi lançado como um longa-metragem

Um dos trabalhos mais complexos e desafiadores da banda inglesa, que se tornou sinônimo de ‘álbum conceitual’

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Há 41 anos, "The Wall" do Pink Floyd foi lançado como um longa-metragem.Divulgação
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Quem estava vivo na década de 1970 viu o rock atingir um dos momentos mais altos do gênero, a ponto de álbuns se tornarem insuficientes para transmitirem ao público toda a ambição dos grandes artistas da época. Nesse contexto, conteúdos audiovisuais sobre discos já lançados começaram a ser desenvolvidos, apresentações ao vivo sendo gravadas e distribuídas, entre outras ações. Mas, ninguém era mais ambicioso que a banda britânica Pink Floyd e eles resolveram pensar fora da caixinha.

Em vez de ressuscitar um álbum antigo em uma nova versão ou simplesmente gravar um show, o quarteto inglês montou um projeto que incluía um disco inédito e um filme dramatizando o conceito por trás dele - com direito a animações utilizadas pelo grupo futuramente em apresentações ao vivo. Foi assim que o “The Wall”, um dos álbuns mais intrigantes e criativos da história do rock, surgiu.

Ele ganhou uma versão em formato de álbum de estúdio no dia 30 de novembro de 1979 e o longa-metragem no Reino Unido em 14 de julho de 1982. Mas, o resto do mundo só teve acesso ao material em setembro daquele mesmo ano. Nesta semana do mês, o projeto surpreendentemente complexo, auditivamente explosivo e visualmente dinâmico, estreou nas telas. E seu caráter inovador o tornou um dos pioneiros a desenvolver um ‘álbum conceitual’.

Tema do ‘The Wall’

Filme ‘The Wall’.Divulgação
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É preciso ter cuidado com o que desejamos porque pode virar realidade. Toda a concepção do projeto se baseava na 'maldição' desta prece, que, quando atendida, impactou profundamente Roger Waters, principal compositor do Pink Floyd. O sucesso estrondoso dos projetos "The Dark Side of the Moon" e "Wish You Were Here" elevou a banda a um patamar gigantesco na indústria musical. No entanto, em vez de se sentir realizado, o músico se sentiu cada vez mais alienado de seu público devido à sua magnitude.

Plateias nesses shows enormes estão lá para uma empolgação que, eu acho, tem a ver com o amor pelo sucesso. Quando uma banda ou pessoa se torna um ídolo, pode ter a ver com o sucesso que aquela pessoa manifesta, não com a qualidade do trabalho que ela produz. Você não se torna um fanático porque o trabalho de alguém é bom, você se torna um fanático para vivenciar o glamour e a fama dela passivamente”, afirmou Waters em seu pensamento compartilhado com James M. Curtis no livro “Rock Eras: Interpretations of Music and Society (1954-1984)”.

“Astros – atores, roqueiros – representam, mitologicamente ao menos, a vida que nós gostaríamos de viver. Eles parecem estar no epicentro da vida. E é por isso que as plateias gastam quantias enormes de dinheiro em shows, onde ficam longe do palco, frequentemente desconfortáveis e onde o som é frequentemente muito ruim”, finalizou o baixista.
A partir da exploração desse tema entre artista e público, além da máquina impessoal da indústria fonográfica, surgiu a ideia para o álbum e o longa-metragem.

Pink Floyd e o Desenvolvimento do Filme

A ideia inicial era: lançar um disco e criar um filme a partir de apresentações ao vivo do grupo mescladas por animações de Gerald Scarfe. Roger Waters, baixista e vocalista, interpretaria o personagem principal, Pink, inspirado em suas próprias vivências e traumas, junto com a história de vida de seu ex-companheiro de banda, Syd Barrett.
No entanto, o problema surgiu quando a gravadora da banda, EMI, não demonstrou interesse. Apesar do enorme sucesso do álbum, a gravadora não conseguiu compreender o conceito por trás do projeto e não enxergou a possibilidade de adaptar a obra para o cinema.

Então, sem o apoio da gravadora, o Pink Floyd se viu obrigado a tomar as rédeas do projeto. Waters se aliou ao cineasta Alan Parker, um fã do grupo, e começou a elaborar a ideia de forma mais objetiva. Ele ofereceu-se para produzir o filme, que seria dirigido por Scarfe e Michael Seresin, cinegrafista de longa data do grupo.

No entanto, o roteiro desenvolvido por Waters necessitava de ajustes e as tentativas iniciais de gravar as apresentações ao vivo da turnê foram desastrosas. Isso forçou Parker a assumir a direção do projeto e fazer mudanças criativas.

Cena do ‘The Wall’.Divulgação
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Como os outros membros da banda não apareceriam no filme, Roger Waters foi substituído como ator pelo vocalista Bob Geldof, da banda irlandesa The Boomtown Rats. Embora este não fosse um fã do Pink Floyd, o músico foi convencido a participar por Parker, que o escolheu após assistir a um clipe de sua banda. A história gira em torno desse personagem fictício, Pink, que é uma estrela do rock que se isola dentro de uma parede mental que acredita estar se protegendo do exterior. Seu sofrimento surgiu pela perda do pai, morto durante a Segunda Guerra Mundial, por uma mãe superprotetora, pela extrema severidade do sistema escolar na Inglaterra e pelo rompimento de seu casamento.

Num geral, o desenvolvimento do filme foi marcado por conflitos de egos entre Parker, Waters e Scarfe. Além disso, as tensões dentro da banda, que surgiram nesse período, contribuíram para sua fragmentação. A ausência de Rick Wright é evidente, com seus característicos tapetes sonoros sendo substituídos por uma abordagem mais pesada- como em “In The Flesh” e “The Thin Ice” - e novas composições - “Goodbye Blue Sky” e “Mother”.

O filme também evidenciou o desgaste na relação entre Waters e o guitarrista David Gilmour, com o baixista assumindo um papel de liderança e controle nas decisões da banda. Mas, mesmo assim a colaboração do guitarrista foi fundamental para o equilíbrio do álbum - com “Hey You” e principalmente “Comfortably Numb”, na qual seu solo que atinge picos de intensidade e lirismo provavelmente nunca mais alcançados.

Apesar dos conflitos, "The Wall" foi bem recebido pela crítica e se tornou um dos projetos mais bem realizados em termos de letra e sonoridade da banda. Por mais que inicialmente tenha tido uma distribuição limitada nos Estados Unidos, ao longo dos anos o projeto adquiriu status cult entre não apenas os fãs do Pink Floyd, mas também os amantes do cinema em geral.


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LADY GAGA: DE COACHELLA À COPACABANA

Lady Gaga fez história no Coachella 2025 com um espetáculo que mais parecia uma ópera pop moderna: teatral, dividido em cinco atos e com estética gótica. As apresentações nos dias 11 e 18 de abril foram marcadas pela estreia ao vivo de músicas do álbum Mayhem, além de clássicos como “Poker Face”, “Born This Way” e “Bad Romance”.

Mas se o tempo de palco no festival americano foi limitado a 90 minutos, os fãs brasileiros podem se preparar para um programa bem mais amplo no show gratuito em Copacabana, neste sábado (3 de maio). A expectativa é de que a performance de Lady Gaga no Rio de Janeiro dure até 2h30, com inclusão de músicas que ficaram de fora do set original, como sucessos de Chromatica, Artpop e Joanne.

Como foi o show no Coachella

Com coreografia de Parris Goebel e direção artística repleta de simbolismos visuais, Gaga apresentou um roteiro em cinco blocos distintos, alternando momentos de tensão, euforia, introspecção e catarse.

Uma experiência em cinco atos

Confira a setlist completa do Coachella, com a origem de cada música:

Ato I – Of Velvet and Vice

Ato II – And She Fell Into a Gothic Dream

Ato III – The Beautiful Nightmare That Knows Her Name

Ato IV – To Wake Her Is to Lose Her

Finale – Eternal Aria of the Monster Heart

Essa estrutura foi mantida em ambas as apresentações no festival, com pequenas variações em elementos visuais e interações com o público. Por exemplo, na primeira apresentação, Gesaffelstein, produtor e DJ francês conhecido por sua estética sombria e minimalista no techno e electro, participou ao vivo da performance de “Killah”. A música faz parte do novo álbum da cantora, Mayhem, e é uma colaboração entre os dois artistas.

Elementos Teatrais e Visuais

A ópera pop tem direção criativa de Parris Goebel, conhecida por seu trabalho com artistas como Rihanna e Doja Cat, e incorporou elementos teatrais, como mudanças de figurino dramáticas, cenários góticos e coreografias elaboradas, criando uma experiência imersiva para o público.

Destaques visuais incluíram uma batalha de xadrez encenada durante "Poker Face", onde os dançarinos representavam peças do jogo, e a transformação do palco em um cenário verdejante durante "Garden of Eden", com Gaga tocando guitarra.

O que esperar do show no Rio de Janeiro?

Para a apresentação gratuita na praia de Copacabana, Lady Gaga deve manter o núcleo teatral de Mayhem, mas há grande expectativa por um show mais longo e afetivo. Com liberdade de tempo e público local engajado, faixas como:

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