TBT: Há 48 anos, Queen começava as gravações de "Bohemian Rhapsody"

Uma das maiores obras-primas da história da música teve seu início de produção há exatamente 45 anos: "Bohemian Rhapsody". As gravações começaram em 24 de agosto de 1975, e naquele momento, o Queen nunca imaginou que estaria desenvolvendo uma das músicas mais épicas do rock'n'roll.

Tudo começou no final dos anos 60, quando Freddie Mercury ainda era estudante no Ealing Art College e começou a ter algumas ideias para uma música, rabiscando-as em pedaços de papel. O guitarrista do Queen, Brian May, se lembra do brilhante cantor e compositor dando a eles o primeiro vislumbre no início dos anos 70 da obra-prima que ele chamou de “The Cowboy Song”, talvez por causa da frase “Mama… acabou de matar um homem”.

“Lembro-me de Freddie chegando com montes de pedaços de papel do trabalho de seu pai, como post-its, e batendo no piano”, disse May. “Ele tocava piano como a maioria das pessoas toca bateria. E essa música que ele tinha estava cheia de lacunas onde ele explicava que algo operístico iria acontecer aqui e assim por diante. Ele trabalhou as harmonias em sua cabeça”.

Mercury disse aos colegas de banda que acreditava ter material suficiente para cerca de três canções, mas pensou em misturar todas as letras em uma longa extravagância musical. A icônica miniópera rock de seis minutos se tornou a música definidora da banda.

Inicialmente, o Queen ensaiou "Bohemian Rhapsody" no Ridge Farm Studio, em meados de 1975. Depois de três semanas de aprimoramento, estavam oficialmente prontos para gravá-la. Então, foram até o país de Gales, no famoso Rockfield Studios, e começaram a trabalhar.

Lá, o cronograma foi bem dividido. Antes de abraçarem todas as suas extravagâncias - desde glam-metal rock até ópera - eles começaram com a famosa introdução acappella ("Esta é a vida real? / Isso é apenas fantasia?"). Depois, uma semana foi dedicada à seção de ópera, para a qual Mercury havia escrito meticulosamente todas as partes de harmonia. Para o grande coral, o grupo colocou 160 faixas de overdubs vocais (usando gravação analógica de 24 faixas), com Mercury cantando no registro médio, May no registro grave e o baterista Roger Taylor no registro agudo.

O fato de que o baterista emitiu o grito no meio da faixa é um ponto interessante, brevemente explorado no filme biográfico de 2019, que recebeu o mesmo título que a canção referida. Muitos acreditavam que a voz por trás da nota mais alta da canção era de Mercury, mas, na realidade, era de Taylor.

Freddie depois duplicou sua voz até soar como um refrão, com as palavras "Mamma mia", "Galileo" e "Figaro" saltando para cima e para baixo nas oitavas. Eles passaram a fita tantas vezes que ela se desgastou; Brian May afirma que "Cada vez que Fred decidia adicionar mais alguns 'Galileo's, também perdíamos algum elemento da música".

Ao longo de sua progressão, Mercury inseriu algumas referências atípicas para uma canção de rock. Ele supostamente inseriu "Galileo" na letra em homenagem a May, que era apaixonado por astronomia - mais tarde, o guitarrista obteria um doutorado em astrofísica. Além disso, a composição transborda o uso de uma linguagem imaginativa e é uma prova do talento de Mercury como letrista. Por exemplo: "Scaramouche" era um personagem bufão nos shows da commedia dell'arte do século XVI; "Bismillah", que foi retirado do Alcorão, significa "em nome de Alá".

“Freddie era uma pessoa muito complexa; superficialmente irreverente e engraçado, mas ele escondia inseguranças e problemas para conciliar sua vida com sua infância”, disse May. “Ele nunca explicou a letra, mas acho que se dedicou muito àquela música”.

Esse episódio resultou em uma canção presente no álbum “A Night at the Opera”, lançada em 31 de outubro de 1975, e o impacto foi instantâneo. Embora a gravadora do grupo inicialmente relutasse em lançá-la como single, o Queen se uniu para insistir que era a escolha certa, apesar de exceder o tempo de execução de três minutos esperado para a maioria dos lançamentos de singles.

Disseram à banda que a música não tinha esperança de ser tocada, mas eles foram ajudados pelo DJ da Capital Radio Kenny Everett, um amigo de Mercury, que a tocou 14 vezes em um fim de semana e deu início ao burburinho. Assim, ela acabou alcançando o topo das paradas musicais e fez história.

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