ANIVERSÁRIO ARETHA FRANKLIN: CONFIRA A HOMENAGEM ESPECIAL DA ANTENA 1

Hoje é o dia da rainha do Soul! Aretha Louise Franklin, uma das maiores artistas que já existiu, faria 81 anos. A cantora foi uma das vozes mais marcantes no mundo da música. Contudo, é fundamental entender que sua relevância vai muito além disso. Suas apresentações não eram somente sobre música, evolviam um todo, seu contexto geral. Com um repertório repleto de obras primas, vamos passar pela sua trajetória, relembrando os momentos mais marcantes de sua carreira e a sua influência, que prevalece até hoje.

Nascida em Memphis, em 1942, Aretha começou sua trajetória na música cedo. Quando pequena, foi introduzida para o mundo da música, principalmente por conta de seu pai, reverendo C.L Franklin. Logo se tornou uma pianista autodidata e, por conta da influência familiar, entrou do coral. Por conta do convívio na pequena igreja em Detroit, sua musicalidade foi ficando cada vez mais aflorada.

Aos 10 anos, Aretha perdeu a mãe. A criação paterna que teve, ao longo de sua vida, impactou muito sua trajetória. Seu pai não era somente um ministro protestante. Ele também era um grande ativista que tinha forte influência no movimento dos direitos civis dos Estados Unidos. Para compreender a dimensão que tinha: ele lutava pela justiça social ao lado do pastor Martin Luther King Jr, a figura mais marcante desse momento da história.

Aretha foi criada com um lar cheio de músicos de jazz, blues e gospel. Os frequentadores da casa Franklin, além dos ativistas, eram os maiores cantores gospel da época, como, Mahalia Jackson e Clara Ward e artistas como Marvin Gaye e Ray Charles. Percebendo seu dom desde cedo, seu pai sempre a incentivou a cantar.

Conforme foram passando os anos, a cantora já sentia uma grande vocação para seguir na carreira. Uma das pessoas que mais chamou sua atenção, foi um dos melhores amigos de sua família, Sam Cooke. Antes, Cooke era vocalista de um grupo gospel chamado Soul Stirrers. Depois de um tempo, se afastou desse tipo de canto e buscou uma carreira no gênero do Soul. Teve um sucesso grandioso e mostrou como era possível trilhar novos caminhos, fora da igreja.

Com a bênção de seu pai, aos 18 anos, começou a procurar formas de se profissionalizar. Conquistou o produtor John Hammond- que já tinha trabalhado com nomes como Count Basie e Billy Holiday- e se mudou para Nova Iorque. Hammond trabalhava na gravadora Columbia Records e logo começou a produzir seu primeiro projeto. Com um objetivo de deslanchar sua carreira, a artista gravou o seu primeiro single de Jazz e Blues. “Today I Sing Blues” (1960) foi bem recebida pelo público e conseguiu alcançar a tabela da Billboard de Top 10 no Hot Rythm & Blues Sellers.

Em fevereiro de 1961, Franklin já tinha o seu primeiro disco lançado pela gravadora: “Aretha: With The Ray Bryant Combo”. A faixa “Won’t Be Long”, chegou ao público com força e entrou na Billboard Hot 100 e na tabela de R&B.

Contudo, mesmo com o sucesso do primeiro disco, a gravadora não conseguia definir o perfil da cantora. Isso fez com que ela gravasse canções de diferentes gêneros musicais, como: Jazz, Blues e R&B. Contudo, as incertezas de onde a encaixar gerou uma insatisfação do público e dela mesmo.

Por algum tempo, teve dificuldade de atingir as mesmas conquistas que teve com seu primeiro projeto. Sem uma identidade sonora, a artista depois de seis anos na gravadora, resolveu sair.

Esse momento foi um ponto crucial para Aretha. Compreendendo seu potencial e buscando um novo objetivo, ela começou a buscar sua essência e definir o que ela queria passar com sua arte.

Em 1966, entrou para a Atlantic Records, onde o produtor Jerry Wexler deu espaço para ela esculpir sua própria identidade sonora. Nessa gravadora, a artista voltou para suas origens Gospel e Blues. Um ano depois, ela já estava gravando o grande sucesso “I Never Loved a Man (The Way I Love You)”, que atingiu um milhão de vendas e o primeiro lugar na Billboard Hot 100.

Para melhorar sua presença de palco, Franklin buscou a ajuda do coreógrafo Charles “Cholly” Atkins. Já em meados dos anos 60, ela começou a ganhar reconhecimento devido a suas performances ao vivo. Os críticos, então, a denominaram a ‘Rainha do Soul’.

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Depois desse momento, ninguém segurou mais a Lady Soul. Quando “Respect”(1967) foi lançada, Aretha evidenciou para o mundo o que ela veio fazer. O resultado rearranjado por ela, é de arrepiar.

Para o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a canção se tornou um hino de resistência e força. A composição da nova onda de lutas feministas daquele período, também aderiu a voz de Franklin como parte da sua luta. Soletrando a palavra r-e-s-p-e-i-t-o, enquanto suas irmãs faziam os vocais dizendo “só um pouquinho”, a música virou um sucesso que é louvado até os dias de hoje.

Em 1968 Franklin gravou “Think”, canção de sua autoria, e também fez história. A letra, enaltecendo a força feminina, recebeu aclamação pela crítica da época e foi considerada um impacto na música contemporânea.

No período do lançamento, uma matéria da Rolling Stone julgou a faixa como “uma das melhores do repertório de Aretha... repercutiu em um grande nível cultural [...] servindo como tema da América Negra". Composta após a morte de Matin Luther King Jr., Franklin escreveu sua própria emancipação e construiu um clássico imortal.

O seu primeiro álbum da gravadora venceu o certificado de ouro, vendendo mais de meio milhão de cópias.

As conquistas não pararam por aí. Nos anos seguintes lançou novos álbuns que continham grandes sucessos como “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman”, “Say a Little Prayer”, “Chain of Fools” e “Ain’t No Way”.

Existem alguns fatos curiosos sobre a última canção citada. Primeiro é que, a composição foi toda feita pela sua irmã mais nova, Carolyn Franklin. Depois, Aretha convidou Carolyn e as cantoras do grupo Sweet Inspirations para fazerem os backing vocals. Quando a canção foi gravada, a fundadora do grupo se destacou e mostrou sua extensão operística. Contudo, o que poucos sabem é que Cissy Houston, a fundadora e principal backing vocal, é a mãe de... Whitney Houston.

Para você que não sabia, escute com calma a canção e perceba o talento que era a mãe de Whitney.

Aretha nunca parou de fazer história. Em 1987, foi a primeira mulher a entrar no Rock and Roll Hall of Fame. Depois, nos anos 90 e 2000, recebeu destaques de reconhecimento nacional, como o Prêmio Kennedy, a Medalha Nacional das Artes (título criado pelo Congresso dos Estados Unidos) e a Medalha Presidencial da Liberdade, coroação concedida pelo presidente George W. Bush.

Com uma voz que revolucionou o mundo, a artista deixou um legado para os gêneros do Soul, Gospel, Blues e Rock. Ela foi e sempre será, uma das maiores figuras que já passou pela história da música. E hoje, precisa ser enaltecida.

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