ANIVERSÁRIO MARVIN GAYE: CONFIRA A HOMENAGEM ESPECIAL DA ANTENA 1

Marvin Gaye, foi um dos maiores cantores e compositores de Soul e R&B. Ele é conhecido como um dos percursores do som na década de 1960. O artista da Motown marcou a indústria fonográfica com seus sucessos “Lets Get It On”, "I Heard It Through the Grapevine", “Sexual Healing”, entre outros. Ao longo da vida, ganhou os apelidos de Príncipe da Motown e Príncipe do Soul. Neste artigo, relembre um pouco da carreira do artista- que marca vidas até os dias de hoje.

Começo da vida

No dia 2 de abril de 1939, em Washington, nasceu Marvin Pentz Gay Jr. Ele era o segundo dos três filhos do ministro de igreja Marvin Pentz Gay Sr., fundador da igreja House of Gods.

Ainda muito novo, Marvin Jr. começou a mostrar feição pela música. Entrou num coral, logo se tornando o solista, e aprendeu a tocar piano e bateria. A música para o jovem se tornou uma válvula de escape, na qual ele fugia da realidade violenta em seu lar. Diariamente, apanhava de seu pai. Agredido por qualquer falha, Gaye descreveu viver na casa de infância como "viver com um rei, um rei muito peculiar, mutável, cruel e todo poderoso".

Abertamente falava sobre o apoio da mãe em relação a sua carreira como músico e que se não tivesse ela para o encorajar, ele poderia ter tirado sua própria vida. Em entrevista, uma, de duas, de suas irmãs contou que o menino era espancado com frequência, desde os sete anos até a adolescência.

Tentativas no mundo da música

Gaye, ainda com 18 anos, entrou em vários grupos Doo- Wop (caracterizado por serem backing vocals que cantam de forma harmoniosa e suave). O Moonglows, que na sua época era um trio, gravou o coro em canções de Etta James e Chuck Berry. Depois de um tempo, o cantor começou a chamar a atenção de empresários da cena musical. Quando a banda se dissolveu, Gaye foi apresentado para o presidente da Motown Records, Berry Gordy.

Inicialmente, o artista foi contratado para ser baterista de estúdio. Com isso, teve participação na canção das Marvelettes, "Please Mr. Postman", em 1961, e para uma versão ao vivo de "Fingertips Pt. 2" do Stevie Wonder, de 1963. Ambas as canções alcançaram o primeiro lugar na parada norte-americana da Billboard. Nesse momento, resolveu acrescentar um ‘e’ ao seu sobrenome.

Quando Marvin começou a cantar, teve dificuldade de encontrar sua identidade vocal. Seu primeiro álbum não teve força no mercado e depois disso, teve várias tentativas com pouca repercussão.

Contudo em 1968, depois de batalhar tentando se moldar como artista, achou uma direção com seu álbum “In the Groove”. O single “Heard it Though the Grapevine” foi um sucesso absoluto, se tornando a maior canção da gravadora por um tempo. Chegou no topo da Billboard e se manteve naquele lugar por sete semanas. Sua gravação foi introduzida no Grammy Hall of Fame, por conta de seu valor histórico e significativo.

Começo dos anos 1970 e o auge de sua carreira

Gaye gravou nos anos 70, álbuns ímpares de sua carreira. Eles o transformaram em um dos primeiros artistas da gravadora a romper com as linhas criativas de uma produtora tradicional. Posteriormente, essas obras influenciaram vários subgêneros contemporâneos de R&B, como o Quiet Storm e Neo Soul.

No início da década de 70, após o falecimento repentino de sua companheira do Motown, Tammi Terrell, o artista se isolou. Contemplando em criar uma gravadora própria, depois desse período sem contato, entrou num estúdio em junho daquele ano e gravou "What's Going On", "God is Love" e "Sad Tomorrows" — uma versão inicial da "Flying High (In the Friendly Sky)".

Depois de um conflito com o Gordy, Marvin conseguiu lançar “What’s Going On”, em janeiro de 1971. Na época, o presidente da gravadora não achava que a música seria uma boa escolha para ser o primeiro single.

A faixa vendeu, aproximadamente, 2 milhões de cópias e se tornou a segunda música da Motown, gravada por Marvin, de maior sucesso até os dias de hoje. Na virada do século também foi classificada como a 4ª na lista das 500 Maiores Músicas de Todos os Tempos da revista estadunidense Rolling Stone.

Passando cinco meses, o álbum completo foi presenteado para o mundo. Ganhando seu título a partir da canção, ele se tornou um dos maiores projetos de sua trajetória.

A união de faixas de letras espirituais e políticas com uma sonoridade que mistura Jazz e Funk, formou uma obra conceitual que foi divisora de águas para a música Soul. Naquele ano, após o sucesso, Billboard nomeou o profissional como o lançador de tendências. Além da faixa-título, "Inner City Blues (Make Me Wanna Holler)" e "Mercy Mercy Me" atingiram o Top 10 Pop Hits e o primeiro lugar da lista R&B da Billboard.

A última canção mencionada, é uma obra que evidencia o destaque que o artista queria dar para as questões ambientais.

Com todo o reconhecimento que teve, a Motown renegociou um novo contrato com Marvin e o permitiu ter o controle artístico de seu trabalho (não fez mais que sua obrigação). Assim que tudo foi assinado, o cantor se tornou o artista negro mais bem pago na história da música. Em seguida, Gaye se comprometeu em ajudar alguns de seus amigos que também tinham o trabalho atrelados a gravadora. Um que teve o seu trabalho criativo libertado por ele foi Stevie Wonder.

O artista superou seu maior sucesso?

A resposta é... sim! Entre esse lançamento até 1973, Marvin teve um momento complicado quanto aos rumos de sua carreira. Mudando o conceito de suas composições, com um caráter menos político, lançou o LP “Let’s Get it On”. O projeto conseguiu ser maior que o seu maior sucesso. Quanto sucesso! A faixa-título também chegou ao topo da parada da Billboard e bateu o recorde de vendas da Motown, que pertencia ao próprio Gaye, com "I Heard It Through the Grapevine".

Seu décimo segundo álbum ganhou notoriedade e o transformou em um ícone mainstream da música norte americana. Com uma temática mais romântico e sexual, além do single que intitula a obra, as músicas "Come Get to This" e "You Sure Love to Ball", também marcaram os rankings do país.

Ele se tornou um dos responsáveis pelo aumento do interesse no som Funk, naquela década. Além disto, o projeto entrou em 81º lugar na lista dos 200 Álbuns Definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.

Diana & Marvin: Seu último álbum de dueto

Em 1972, o cantor se reuniu com a Diana Ross para desenvolver um álbum, que futuramente se tornou seu último projeto de dueto. Contudo, houve atrasos em seu andamento devido a gravidez de Ross. Gaye se recusava a gravar se ele não pudesse fumar no estúdio. Então, para resolver o problema, os dois gravaram em dias separados.

Foi lançado em 1973 e rendeu várias gravações marcantes, como as versões dos hits "You Are Everything" e "Stop, Look, Listen (To Your Heart)", do grupo The Stylistics.

Retorno e final de vida

Depois de passar anos lutando contra vícios e problemas que teve com receita federal por conta de impostos, o cantor voltou com força em 1980. Gravando com a Columbia Records, Marvin lançou um de seus maiores trabalhos de música romântica. O álbum "Midnight Love" de 1982, trouxe o sucesso "Sexual Healing", que foi toda gravada no apartamento de um amigo do cantor. A faixa foi lançada como single do disco.

Novamente se superando, ela se tornou o maior sucesso comercial da carreira do Príncipe do Soul. Passou dez semanas no topo da Billboard R&B e entrou em 3º lugar na Hot 100. A faixa também o rendeu 2 Grammys.

A turnê Sexual Healing foi a última do artista. Após conseguir alcançar a sobriedade durante sua estadia longe de casa, assim que Gaye iniciou as apresentações, voltou ao abuso. Por conta das pressões que sentia, não conseguiu manter um bom estado psicológico e começou a vestir um colete à prova de balas quando subia no palco.

Quando voltou os Estados Unidos, resolveu cuidar de sua mãe, que estava se recuperando de uma cirurgia. Lutando com questões internas de saúde mental, o artista se isolou nas casas dos pais. Contudo, a relação com o seu pai continuava amarga e conturbada. No dia 1 de abril, um dia antes de seu aniversário de 45 anos, Marvin foi assassinado pelo seu próprio pai, após uma briga.

O triste fim de Marvin Gaye não é o que o define. Sua memória deve consistir na recordação de uma trajetória repleta de conquistas.

Após sua morte, houve alguns lançamentos em sua homenagem, que fortaleceram a memória de Marvin na consciência popular, como: “Missing You" de Diana Ross e "Night Shift" dos Commodores.

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