“Reinassance”, da Beyoncé, completa um ano de lançamento
Álbum se tornou um marco da música eletrônica
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Há exatos 365 dias, em um mundo recentemente pós-pandêmico, Beyoncé fazia história: lançava ‘Reinassance’, seu sétimo álbum de estúdio. O disco celebra tudo aquilo que lhe havia sido negado nos anos anteriores, incluindo festas, disco, house, e muita, muita dança. Em mais um corpo de trabalho excelente, a cantora comprovou porque merece o título de “abelha rainha”.
Beyoncé sempre foi perfeccionista em suas produções, e desta vez não poderia ser diferente. Ao invés de oferecer um disco heterogêneo, ela optou por criar um fluxo contínuo. As dezesseis faixas do disco se mesclam em uma mixagem sincronizada, quase como se fossem uma única canção. A coesão e coerência de “Reinassance”, entretanto, vai muito além das suas transições sonoras.
No decorrer das letras, a vocalista canta sobre canta sobre liberdade, alegria e exploração. Ela traz um clima de curtição, e se reconhece como uma verdadeira lenda. Esse é o caso de “I’m That Girl”, faixa que abre o álbum, e “Alien Superstar”, canção que celebra suas várias singularidades. Vale lembrar que a mensagem de empoderamento vai além da própria vocalista, já que é direcionada a pessoas marginalizadas. Um dos principais homenageados é o tio de Beyoné, Uncle Jonny, que faleceu por complicações decorrentes do HIV, e é mencionado em “MOVE”.
No fundo, podemos resumir ‘Reinassance’ como uma grande carta de amor a pessoas queers e negras. A obra celebra a cultura dos bailes, criada nos anos 60 por pessoas LGBQTIA+ latinas e pretas nos Estados Unidos. Diante de um mundo opressivo e agressivo, elas criaram um refúgio em uma mistura de música, moda e dança. Em grandes festas, membros da comunidade faziam (e ainda fazem) batalhas de dança – com destaque para o ‘voguing’ – usando suas melhores roupas. Como as baladas não lhes aceitavam, resolveram criar seu próprio clube.
Isso não passa despercebido no LP. Logo após o lançamento do disco, o site oficial de Beyoncé postou um comunicado celebrando a novidade. Nas palavras da artista, o disco é “um lugar seguro, um lugar sem julgamentos… um lugar para ser livre de perfeccionismo e pensar demais”.
Com toda essa ebulição de criatividade, a obra se desdobrou em outras facetas. Uma delas é a coleção “Reinassance Coutore”, uma coletânea de dezesseis trajes de luxo em parceria com a marca Balmain. Cada canção inspirou um look diferente, resultando em um projeto vanguardista único.
Outro desdobramento é uma das turnês mundiais mais lucrativas de todos os tempos. Assim como o álbum que lhe nomeia, a Reinassance World Tour veio carregada de surpresas, incluindo medleys, trocas de fantasia e coreografias elaboradas durante apresentações de três horas.
Fortemente aclamado pela crítica, “Reinassance” é um reflexo da sua autora. Mais uma vez, A cantora se reinventou, mergulhando de cabeça na música eletrônica em um momento em que o público esperava o exato oposto. O resultado é um trabalho de qualidade surpreendente, que não só faz referência a como também produz arte, história, moda e cultura. Se não tomarmos cuidado, Beyoncé nos deixa para trás sem sequer percebermos.
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Escrito por Hadass Leventhal
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