Primeiro show do The Police nos EUA: Um sucesso ou um desastre?
Relembre como foi a estreia da icônica banda no cenário americano
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Quando se fala no The Police, é comum ouvir sobre as brigas internas entre os integrantes, apesar da química inegável que eles tinham no palco. E nada ilustra melhor essa dualidade do que as memórias conflitantes do primeiro show da banda nos Estados Unidos. Enquanto Sting, o carismático vocalista e baixista, lembra da estreia como um momento decisivo, o guitarrista Andy Summers tem uma visão bem menos romântica.
Tecnicamente, eles já haviam se apresentado como um trio antes, mas não com sua formação clássica. Em março de 1977, Sting e o baterista Stewart Copeland, acompanhados do guitarrista Henry Padovani, fizeram sua primeira performance ao vivo. Mais tarde, o grupo se expandiu brevemente para um quarteto com a chegada de Summers, antes de se consolidar como trio.
Em 1978, a banda oficial deu início à sua primeira turnê norte-americana no lendário CBGB, em Nova York. Nessa sequência, tocaram também em Boston e Poughkeepsie, cidade onde “Roxanne” foi tocada pela primeira vez em uma rádio dos EUA. Apesar do clima promissor, o ajuste à nova formação ainda não era perfeito. Enquanto Summers trazia uma abordagem mais sofisticada, o som da banda ainda carregava a crueza punk.
Sting relembra o show de estreia com um toque de drama mesclado com poesia, descrevendo-o como um “Rubicão crucial” - metáfora usada para descrever um momento de transição crucial na vida de uma pessoa - em seu livro ‘Broken Music’. Existia um nervosismo claro que se transformou em pura energia no palco, resultando em uma apresentação caótica, mas potente, com direito a três bis e uma bateria destruída. Para ele, esse foi o momento em que soube que o The Police tinha um futuro brilhante.
Por outro lado, Andy Summers tem uma visão bem diferente. Em sua autobiografia ‘One Train Later’, ele classifica as primeiras performances do trio como "terríveis" e descreve o show como uma "briga rápida e furiosa" que, segundo ele, não tinha profundidade musical. Ainda assim, Summers reconhece a recepção positiva do público americano, especialmente em Nova York, onde tocaram um set enérgico.
A performance nos EUA marcou o início de algo grandioso, mas a banda ainda tinha um longo caminho a percorrer. Mesmo com todas as diferenças internas, o grupo estava destinado a redefinir o cenário musical com seu som inovador — uma fusão de punk, new wave e reggae que culminou no lançamento do álbum “Outlandos d’Amour”.
Seja o show uma tragédia ou um triunfo, a verdade é que ele pavimentou o caminho para o sucesso mundial da banda. Como Sting disse em suas memórias, algo raro foi descoberto naquele palco, algo que logo todos iriam reconhecer: o poder e a singularidade do som do The Police.
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